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O recente escândalo de mais uma empresa, uma gigante das telecomunicações nos EUA, me deu uma idéia. Comecei a lançar, no canhoto do talão de cheques, os meus investimentos. O cheque para pagamento de água e luz entrou como investimento em infra-estrutura. Telefone e Internet, investimentos em telecomunicações. Gasolina? Investimento em transportes. O supermercado entrou como investimento em barriga. O departamento que mais cresce hoje, sem nenhum sinal de recessão em curto prazo.

Infelizmente o banco parece não entender minha contabilidade moderna, e enquanto as ações de minha empresa crescem em valor, meu saldo no banco diminui. Talvez seja apenas um problema de comunicação entre as diferentes empresas de consultoria que eu e o banco contratamos. Um problema que poderá confundir meus investidores. Se o banco contratar os consultores certos, tudo estará resolvido. Não é um problema de números, mas de ponto de vista ou, falando mais bonito, do método de análise adotado. E tem gente que ainda chama isso de capitalismo selvagem. Eu chamo de criativo.

Numa visita a um site para entender como foram feitos os efeitos de “Senhor dos Anéis”, fiquei impressionado com o número de pessoas envolvidas com miniaturas. Que miniaturas? Seriam os anéis? Ou os baixinhos? Não eram. Todas aquelas construções imensas podem ser medidas em palmos. Sem contar as que são medidas em bits. O que parece grande nem sempre é. A arte está em parecer que é, não em ser. Ou parecer que tem, quando o que se tem são números apenas. Muitos com valor nominal, porém poucos em essência real.

O problema começa quando quem trabalha demais na construção dos cenários acaba acreditando que eles existam de verdade. Assim é com a qualidade. Tem quem tem, e quem tem números para mostrar. Por isso sugiro uma reflexão sobre o assunto em “Fuzzylando a qualidade total”.

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