tag:blogger.com,1999:blog-30600472024-03-05T06:26:40.387-03:00Mario Persona CAFE - Cronicas de um palestranteCrônicas de de um palestrante de carreira, negócios, empreendedorismo, vendas, comunicação...Unknownnoreply@blogger.comBlogger281125tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-86133952276744508322022-02-21T09:02:00.004-03:002022-02-21T09:12:45.807-03:00The book is on the table<div><span style="color: #050505; font-family: inherit;"><span style="white-space: pre-wrap;">Quando quis uma moto aos 16 anos meu pai disse não. Então escolhi ganhar uma viagem como estudante de intercâmbio aos EUA. Foi a melhor escolha, porque hoje a moto já seria sucata. Fui com o conhecimento de inglês do ginásio (menos que zero) e aprendi na marra, prestando atenção, ouvindo, lendo... e passando vergonha, quando a "mother" da família onde eu ficaria disse, no caminho do aeroporto à casa, que eu iria dormir no mesmo quarto de seu "son", que no meu vocabulário capenga era "filha". UAU! Que povo avançado! Minha alegria terminou quando cheguei do aeroporto e aprendi que "son" significava "FILHO".
<span><a name='more'></a></span>
No meu inglês de brasileiro sempre achei que WC significava banheiro. Então da primeira vez que levantei a mão na classe da high school para pedir à "sister" (sim, uma freira, escola católica) para ir ao banheiro ela não entendeu o que eu queria. Você já tentou falar a letra W em inglês? Trava a língua. Então, com a aula parada e todas as atenções em cima de mim, ela veio até minha carteira e apontei com o dedo a palavra "WC" em meu dicionário de bolso (ainda não existia smartphone). Ela deu uma gargalhada e disse bem alto para me humilhar: "AH! VOCÊ QUER IR AO BANHEIRO?!".
Quando voltei ao Brasil, muitos colegas que foram na mesma turma (viajamos num Boeing 707 só de estudantes) nunca se interessaram em manter o que aprenderam do inglês e acabaram perdendo. Eu passei a ler tudo o que podia em inglês e a fazer traduções, mesmo capengas, sempre que solicitado. Ainda em minha fase bicho-grilo na faculdade eu me correspondia com uma comunidade de hippies ("The Farm") no Tennessee e me ofereci como tradutor. Eles enviaram um livro sobre parto natural para eu traduzir de graça, mas felizmente na hora de publicar preferiram a tradução de um médico brasileiro. Não me lembro de quantos erros minha tradução tinha, mas é bem provável que as mães que tivessem lido minha versão do parto natural teriam jogado fora a criança e criado a placenta.
Tudo isso para dizer que se você quiser aprender Inglês o melhor curso que existe chama-se VONTADE. Naquele tempo não tínhamos tantos recursos além de livros e discos (ou fitas K-7), hoje existem cursos aos montes na Web, além da possibilidade de vídeos em inglês com legendas em inglês no Youtube para treinar. E não tenha medo de passar vergonha, porque de vergonha em vergonha aprendi e até tive um poema escolhido para ser publicado em um livro de poemas de estudantes de escolas americanas. Eu devia estar muito avançado mesmo para em 1972 escrever um poema chamado "Window" (toma essa, Bill Gates!!!).</span></span></div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: xx-small;"><div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span face="Arial,Helvetica,sans-serif" style="font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span face="Arial,Helvetica,sans-serif" style="font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span><br />
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-4188505855668845902021-09-11T11:55:00.002-03:002021-09-11T12:00:09.239-03:00Blogterapia de 11 de Setembro - Mario PersonaApós os atentados do 11 de Setembro de 2001 eu passava por uma depressão pela queda de duas torres em minha vida: meu emprego e meu casamento. Nas madrugadas insones, como terapia, eu escrevia. Foi quando inventei um personagem fictício e parti para o Afeganistão em busca de Osama Bin Laden escondido nas cavernas de Tora-Bora. Escrevia em inglês porque ninguém iria acreditar que um jornalista brasileiro tivesse tal empreitada. <span><a name='more'></a></span><div><br /></div><div> [25/12/2001 01:53 – É madrugada e trabalho só. Há noites digito, digito, digito, digito. Por um honorário de quatro dígitos, prometi cumprir o prazo: para ontem. Já nem sei se ontem é hoje ou se hoje foi amanhã. Fim de ano é magro para consultoria, mas este está obeso. Estou exausto. A família viajou. Preciso viajar, nem que seja na maionese. Escrever! É o que vou fazer. Ficção? Por que não? Olho para minha coleção do Malba Tahan, edição original de 1953. Do pseudo-árabe do deserto, que nunca pisou outras areias além de Copacabana. Já sei o que fazer.]
Escrever é uma terapia. Kathleen Adams, criadora do "The Center for Journal Therapy", fala da escrita de reflexão como uma forma de melhorar a saúde mental, física e emocional. Externar seus problemas, preocupações e conflitos através da escrita é uma terapia eficaz. Faz do mero diário algo mais do que um texto que ninguém lê. Ajuda a soltar os cachorros e lavar a égua. Faz bem. <span></span><div><br /></div><div> [25/12/2001 02:15 – Os americanos trabalham como toupeiras, atrás de Bin Laden nas cavernas de Tora Bora, Afeganistão. Vou viajar para distrair. Não vou de American Airlines. Vou de Hellman’s Airlines, disfarçado por um pseudônimo. Se Júlio César de Mello e Souza era Malba Tahan, serei Ali Kilabah. Ao contrário do "Homem que Calculava" – sei contar, mas não números – sou um jornalista árabe, escrevendo em inglês ruim e sem revisão. Como um árabe escreveria sob pressão.]
A diário-terapia não é novidade. Anne Frank já fazia isto no diário que escreveu para ninguém ler e todo mundo leu. A adolescente expunha seus medos, sonhos e anseios. Em 15 de julho de 1944 escreveu: "…sinto que tudo irá mudar para melhor, que esta crueldade também acabará… preciso me apegar aos meus ideais… talvez um dia possa colocá-los em prática". Anne foi morta por ser judia. Seu diário foi seu bálsamo, enquanto sonhos e amigos viravam fumaça. Literalmente. </div><div><br /></div><div> [26/12/2001 00:26 – Pronto! O blog <a href="https://torabora.blogspot.com/" target="_blank">"The Tora Bora Manuscripts"</a> – diário eletrônico de Ali Kilabah – está no ar para ninguém ler. O jornalista acompanha o exército americano às cavernas de Tora Bora e descobre manuscritos secretos e milenares. Depois? Depois eu invento algo. Começar a escrever já aliviou a tensão e abriu a imaginação. Levo meus neurônios para surfar nas ondas do imprevisto com a prancha do improviso. Êpa! Não consigo mais acessar meu blog! E não está pronto… O que aconteceu?]
Se já existisse a Internet, Anne Frank teria escrito um blog. A terapia seria a mesma, mas ela teria, em suas informais mãos, o quarto poder da informação. As mesmas palavras que curavam seus medos e receios seriam sussurradas on-line em tempo real. Viajariam à velocidade do pensamento por arames nada farpados. Se não pudesse deter a crueldade, ao menos ajudaria a pensar as feridas isoladas de muitas Annes. </div><div><br /></div><div>[26/12/2001 02:05 – Descobri. Os servidores do Blogger.com foram invadidos. Agora está normal, mas meu blog não. Vou refazer. Bio e foto do fictício jornalista, um fragmento do manuscrito, mapa do Afeganistão e uma notinha no final: "Ali Kilabah é personagem fictício, pseudônimo do autor. Inclui ficção, fatos e opiniões pessoais." No início, uma brincadeira no estilo Welles, da radiofônica "Guerra dos Mundos": "Acabei de publicar este diário e os servidores do Blogger.com foram hackeados. Será uma conspiração tentando me impedir? Você decide". Bocejo um sorriso e vou dormir.] </div><div><br /></div><div> [01/01/2002 04:47 – Madrugada do ano novo. Que susto! O contador de páginas parece bomba de gasolina. Quase dois mil visitantes únicos na virada do ano! Rastreio, para ver de onde vêm. Fóruns e listas de discussão, um jornal on-line na Rússia, outro na Itália e blogs. Vários blogs. Minha diário-terapia virou um "buzz", caiu na boca do povo. Ou ‘caiu no blog do povo’, só para registrar o neologismo. Nossa! Será que este barulho é o FBI cercando o prédio? É melhor ir dormir.] </div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5b9QNff0EYSMn9-mcLh61QF_gTbSeXpVibQZDzi8ZmPryAWOPXOF-UdTQftQDC0DbCq_nmzvVYmtMjJlcrdhYzyP9FzlDB-pKwwzXXP4trRx6wonkoMSOQd6UDatYGavrlRuY/s402/tora-bora.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="354" data-original-width="402" height="355" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5b9QNff0EYSMn9-mcLh61QF_gTbSeXpVibQZDzi8ZmPryAWOPXOF-UdTQftQDC0DbCq_nmzvVYmtMjJlcrdhYzyP9FzlDB-pKwwzXXP4trRx6wonkoMSOQd6UDatYGavrlRuY/w403-h355/tora-bora.jpg" width="403" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Salto nas visitas ao blog!!!</div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="text-align: left;">[11/09/2021 11:46] - O blog </span><a href="https://torabora.blogspot.com/" style="text-align: left;" target="_blank">"The Tora Bora Manuscripts"</a><span style="text-align: left;"> continua no ar. Meio desatualizado, pois desde então viajei em outros textos. A história ficará incompleta, até alguém me estressar de tanto serviço na próxima virada do ano. Então Ali Kilabah pode voltar à ação. O que aconteceu com o jornalista enquanto isso? Sei lá… talvez esteja fazendo uma crônica-terapia como esta, só para variar.</span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="text-align: left;"><br /></span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="text-align: left;">Seguem discussões e comentários gerados por este blog na época: </span></span></div></div></div><span style="font-family: courier; font-size: x-small;"><span></span></span><div><span style="font-family: courier; font-size: x-small;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;">As soon as I published this journal at Blogger.com its servers were hacked. I believe it is a conspiracy perpetrated by the enemies of the TRUTH, trying to stop me. A lame but amusing hoax? Or dangerous and ancient secrets that will blow things wide open?
posted by _________ at 9:13 AM PST (16 comments total)
. </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;">A lame but amusing hoax? Or dangerous and ancient secrets that will blow things wide open? And what’s the difference?
posted by _________ at 9:26 AM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;">Obviously true. That book clearly has a curse on it, and any one who touches it, or even mentions it, comes to harm. You were forced by the curse of the book to double post.
Damn. Now I’ve gotten myself into the loop, and the}re}}’s no7~~~ w*&h }}}}}}}}}}}}}}}} NO CARRIER
posted by _________ at 9:29 AM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> He’s also defending his veracity here.
posted by _________ at 9:35 AM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> Yea, right! Actually I think the writer is David Belfield aka Hassan Tantai, the American assassin who offed Ali Akbar Tabatabai (former Iranian diplomat) in 1980. Hassan is starring in the new Iranian hit movie Kandahar and is a wanted man in the US.
posted by _________ at 9:43 AM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> just fyi… the orginal site still exists at blogspot. The truth supressors didn’t manage to tear it down, I guess.
posted by _________ at 9:49 AM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> This is one of those rare occasions when I’d like to know where the poster first encountered the link. Right now, it looks like some weblogger’s just screwing around.
posted by _________ at 10:09 AM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> A journalist who doesn’t want to publish a huge scoop because it will ruin their reputation…
posted by _________ at 10:45 AM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> For a backward Afghan journalist he’s got a good eye for aesthetics and he’s pretty handy in HTML. Plus he’s decided to put his site up at Port5 and Blogspot, not Geocities.af …
posted by _________ at 10:54 AM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> As the old joke goes, "My wife yelled at me and made me stop watching the X Files. They must have gotten to her".
posted by _________ at 11:05 AM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> If you look towards the bottom of the page, he also took the time to join some webrings. If his information is so world-changing, hits would be the last thing I’d think he’d be worried about.
posted by digital_insomnia at 1:10 PM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> He lived in Joplin, MO in 1972, when McGovern was shot? He wasn’t reading the papers very well. My vote is that this barely reaches shaggy-dog story level. For a journalist, he sure has a way of burying his lead. Three pages in and I haven’t a clue what the big secret is.
posted by _________ at 2:39 PM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> What don’t the ancients know?! Its sad that the illuminati had to take down blogger just to keep this little secret from getting out. How they let Nostradamus get through the cracks is beyond me.
posted by _________ at 3:34 PM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> This is Better.
posted by _________ at 6:25 PM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> For a backward Afghan journalist he’s got a good eye for aesthetics and he’s pretty handy in HTML. Plus he’s decided to put his site up at Port5 and Blogspot, not Geocities.af … Well I’m not sure he has. Look here.
posted by _________ at 7:02 PM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;"> What? Sara’s using bloggertemplate59 same as our mystery journalist. It’s just a canned template available to all and sundry…
posted by _________ at 8:29 PM PST on December 30 </span></div><div><span style="font-family: courier;"><br /></span></div><div><span style="font-family: courier;">I guess no-one will ever read this, but I felt there should be a comment here – I (and I guess others posting here) got an email from Ali Kilabah explaining that this is indeed fiction. If you go here and scoll down a bit you’ll see:
The truth is I am a writer, besides other things, (it is true I am not American), and Ali Kilabah is a personage and also my alias for this story. The Tora Bora manuscripts is an ongoing story that mixes real facts from the news (you might recognize the photographers arrested by the tribesman, the manifestation in Islamabad, etc.), some really ancient information I want to pass on (a kind of excerpt of the information from a book I translated from English ten years ago), and a fiction personage (Ali Kilabah) to wrap it up in one story.
I had just published it on Blogger when it got hacked, so I decided, just for fun, to write that introduction and leave the idea the hacker was trying to stop Tora-Bora’s manuscripts of being published. You know how blogs are, the great majority of them are usually forgotten corner on the web, read only by those who write them and their mothers. I thought mine would be so, except that my mother does not use the Internet.
But things were not so, and this is the wonder of the Web. Besides you, some other people found it and between Dec 31st and Jan 1st, almost one thousand unique visitors had came in, consuming 63 Mb of the 100 Mb Port5.com would allow me to use. So I moved it back to Blogger.com in a new address torabora.blogspot.com (I am still unable to log in the original tora-bora.blogspot.com after the hacking, because my password does not work).
As he said in the email: "a home-made personal fantasy spread more than I’d expected"…
posted by _________ at 2:40 PM PST on January 5</span></div><div><div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: xx-small;"><br /></span></div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: xx-small;"><div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span face="Arial,Helvetica,sans-serif" style="font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span face="Arial,Helvetica,sans-serif" style="font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span><br />
</div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-49389768796539834512020-11-23T07:00:00.000-03:002020-11-23T07:00:03.081-03:00Infodifusão — A mídia ao rés do chãoMinha amiga estava apaixonada. O americano seria o par ideal. Ele pensava o mesmo ao escolher a primeira poltrona do voo que o faria chegar primeiro ao Brasil. O voo voou e ele achou que foi o amor. O piloto dizia ser vento de cauda. Não via a hora de pedir, ao pai da garota, a mão e tudo o que estivesse ligado a ela.<span><a name='more'></a></span><br />Foi só colocar os pés no chão e descobriu o Brasil. Do português ele não sabia nem piada. Até<i> "Brazil" </i>só sabia falar com "z". Nem dava tempo de estudar. Qualquer curso, por mais dinâmico, intensivo e inventivo, seria incapaz de competir com a velocidade da paixão. Coisas do coração.<br /><br />O futuro sogro queria ouvir português claro. Não deixaria ir a filha nem o resto dos cabelos, sem todos os pingos nos <i>"is"</i>. Além das crases, cedilhas e tils, cuja falta faria acentuar ainda mais os caracteres da fronte grave do circunflexo e itálico ancião.<br /><br />Se comunicação era um problema para o jovem do norte, hoje é uma questão que envolve pontos mais cardeais. Principalmente numa época em que o norte não mais norteia e o ocidente morde a língua em meio à confusão que permeia de tantas línguas, povos e costumes que ganham voz.<br /><br />O poder da <i>infodifusão </i>— o broadcast universal — outrora privilégio de magnatas, desceu ao rés do chão. Ora, veja você — ouça você, leia você — a mídia caiu no colo do mais comum cidadão. Quem de <i>globo </i>ontem só tinha o ocular, hoje pode ser nacional sem ser jornal. Qualquer cidadão.<br /><br />Minha mãe dizia que eu seria escritor, mas como poderia sem ter um editor? A única coisa que tinha em comum com a mídia inacessível aos pobres mortais era meu apelido de infância: <i>"Marinho"</i>. Era um tempo em que as crianças aprendiam a escrever. Hoje crianças aprendem a publicar.<br /><br />Acabo de receber um e-mail do editor de um boletim eletrônico semanal dizendo que minha coluna publicada ali está entre as mais lidas. Tiragem? Mais de um milhão de exemplares semanais enviados a assinantes. E já nem sou mais <i>Marinho</i>.<br /><br />O privilégio não é só meu. Qualquer adolescente pode catalisar a atenção de uma audiência maior do que a de muitos jornais diários em seu despretensioso blog — seu diário na Web — ou canal em mídia social. Mesmo que não tenha dinheiro para comprar um jornal.<br /><br />Não é novidade que a audiência dos noticiários vem caindo. As pessoas não querem o <i>fato</i>, mas o <i>tato</i>. Cheio de cores e paixões, exatamente o que o adolescente consegue passar, à sua maneira e para a sua audiência.<br /><br />A ânsia por um jornalismo imparcial gelou a alma do dito. Ninguém aguenta engolir fatos a seco, sem um gole de estilo, opinião e fantasia. Principalmente fantasia. Mesmo porque todos sabemos que não existe notícia imparcial. Só por alguém decidir se o fato é notícia já deixa de ser imparcial de fato.<br /><br />O adolescente que fala de seu dia-a-dia em um blog ou canal caseiro de rede social consegue anexar a alma ao que escreve, fala ou pensa. Sem ser <i>Big</i> nem <i>Brother</i>, revela a intimidade da vida sem os esteroides de uma falsa informalidade. Notícia banal? Não mais do que aquela de ontem, que hoje jaz sobre o balcão do açougue, vestida daquela imparcialidade de estátua vendada que finge não estar vendida.<br /><br />Enquanto a mídia convencional tenta resgatar audiência, uma nova geração doa o próprio sangue para as veias da informação. No ataque ao <i>World Trade Center</i>, quando ainda não existiam as mídias sociais atuais em vídeo, foram os blogs que bateram recordes de audiência transmitindo notas ao vivo enquanto tudo acontecia. Eram notícias digitadas por olhos úmidos que viam tudo em cores de uma janela sem comerciais.<br /><br />A solução para a mídia convencional — antes que mude o que é ser mídia por convenção — parece estar, não no resgate da audiência, mas no resgate da alma. Não numa reles transcrição fria do <i>"o quê, quem, quando, onde, como e por que",</i> mas na tradução dos fatos,<br /><br />É claro que essa tradução não deve fugir da fidelidade, ou vitimará incautos, como vitimou o jovem e americano apaixonado pela brasileira, longe dos atentados, mas nem por isso sem correr riscos perto de um futuro cunhado. Foi este quem traduziu o que o gringo devia dizer ao futuro sogro para pedir a mão da donzela.<br /><br />Antes de entrar na sala, o americano decorou outra vez. Quando todos fizeram aquele silêncio de zunir, encheu o peito, tomou coragem, engoliu, olhou nos olhos do sogro, engoliu mais três vezes e caprichou no script ensinado pelo cunhado: <i><b>"Sua careca é bonita"</b></i>.<div><br /></div><div><i>Crônica atualizada, publicada originalmente em Janeiro de 2002 e reproduzida no livro "<a href="https://clubedeautores.com.br/livro/gestao-de-mudancas" target="_blank">Gestão de Mudanças em Tempos de Oportunidades"</a>.</i><br /><div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: xx-small;"><br /></span></div><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span face="Arial,Helvetica,sans-serif" style="font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span face="Arial,Helvetica,sans-serif" style="font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-50921275113972852162020-09-26T06:54:00.000-03:002020-09-26T06:54:07.936-03:00Querida, meu site sumiu!Depois de criar meu novo site no <i>"Criador de Sites"</i> da Locaweb descobri que as quase mil páginas de meu site original desapareceram. O Google ainda mostrava os links nas buscas, mas quando clicados dava página não encontrada. O <i>"Criador de Sites"</i>, que é muito fácil de usar, simplesmente sequestra seu domínio e o coloca em outro servidor alterando as entradas da zona de DNS (agora você até achou que se falei bonito é porque entendo disso, né? <br /><br /><span><a name='more'></a></span>
Aí bateu o desespero, porque meus clientes chegam até mim por buscas no Google e sou do tempo em que uma técnica para ser encontrado era escrever como Salomão, isto é, sobre os mais diversos assuntos, como descreve o Primeiro Livro dos Reis:<div><br /></div><div><i>"E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos os do oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios. E era ele ainda mais sábio do que todos os homens... e correu o seu nome por todas as nações em redor. E disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco. Também falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais e das aves, e dos répteis e dos peixes."</i> (1 Rs 4:30-33). </div><div><br /></div><div>Gastei um dia para ler todas as páginas da Internet (não estou mentindo, esta técnica de redação se chama hipérbole, pesquise) até descobrir como reverter aquilo. Descobri e transferi o site novo para um domínio que eu tinha meio largado num canto, o <a href="http://www.palestrante-mariopersona.com">www.palestrante-mariopersona.com</a> <br /><br />
Aí eu precisava consertar o prejuízo, pois meu site continuava invisível até quando eu clicava no endereço do domínio. Descobri que o tal do <i>"Criador de Sites"</i> altera o DNS e fui lá me meter a reverter a alteração, mas quem disse que eu entendo do babado? Só sei fazer pose, pois sou do tempo em que programa se fazia em Basic, banco de dados em Dbase II e site... bem, só existia em Portugal traduzido como <i>"sítio"</i>, mas era um lugar de se criar galinhas, vacas etc.<br /><br />
Tinha chegado a hora de engolir o orgulho e pedir ajuda dos universitários, geralmente garotos com a idade de meu neto que trabalham no Help da Locaweb. Depois de virar o site do provedor no avesso encontrei um telefone que funcionou (porque dois outros diziam estar fora do ar). Um jovem muito atencioso me atendeu e mostrou onde eu tinha errado na reconfiguração do DNS (na verdade chefe que é chefe não erra, apenas comete um equívoco) e finquei o pé naquela postura do orgulhoso que diz: <i>"Ah, é isso? Bem imaginei que seria assim..."</i>.<br /><br />
Depois de esperar até que os <i>minions </i>que fazem a Web funcionar voltassem a encontrar meu site, me alegrei por vê-lo novamente no ar, ainda que seja o modelo velho que já estava lá. Isto porque era do tempo em que palestrante precisava viajar para fazer palestras, pegar voos, perder voos, ficar em hotéis bons e péssimos, andar quilômetros sem fim no carro de algum motorista que foi habilitado ontem (sim, isso aconteceu) e ter dor no pescoço de tanto pestanejar em poltrona de avião e cadeira de aeroporto.</div><div><br /></div><div>Agora minhas palestras são todas ao vivo ou gravadas, seguindo as normas do "novo normal" que é o melhor programa de engorda que alguém poderia ter inventado. As empresas já estão me contratando e com um sorriso no rosto, porque também seus custos com eventos despencaram, além de o palestrante não precisar de passagem aérea para ir do quarto à sala e se sentir mais confortável com seu banheiro consideravelmente maior que aquele do avião.</div><div><br /></div><div>As mulheres nunca irão entender o que é fazer xixi com a cara colada na parede plástica encurvada do banheiro na lateral da cabine. Homens altos como eu precisam curvar a espinha para trás, para manter o hemisfério sul próximo ao vaso e o hemisfério norte com a nuca quase na porta. Mulheres são felizes por não precisarem ter uma próstata, que costuma trancar a cada solavanco do voo. Depois de uma certa idade ir ao banheiro durante o voo exige preparação, coragem e uma bexiga prestes a estourar.</div><div><br /></div><div>Ah, é, eu estava falando de meu site. Então agora é tentar reformar meu site profissional para o novo layout que criei lá no<i> "Criador de Sites"</i>, porém agora usando o <i>Wordpress </i>com <i>Elementor </i>que tenho instalados em meu domínio. Acabo de ter uma aula rápida de <i>Elementor</i> que uma alma caridosa publicou no Youtube, da qual já não lembro quase nada. Além disso eu sei que quando olhar para o <i>Elementor</i>, vou ouvir sua voz: <i>"Decifra-me ou te devoro!"</i>. Ah Ah Ah... falou para a pessoa errada! Mal sabe ele que adoro desafios e dizer isso é o mesmo que dar um pontapé inicial no jogo. Começou a partida!</div><div><br /></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div>Aproveite para conhecer meu palco nos últimos sete meses:</div><div><br /></div><div><a href="http://mariopersona.com.br" target="_blank"><img border="0" data-original-height="1372" data-original-width="1384" height="478" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ7jM1k3-QDL1N1Jm3ohzzCjr-jE9Z_J9ZbiWoewWyUzUkvw8w3VZViEsIcJgmRBCaKtSJoY_asn7-rTcyIzucJWvXSJkhL7leQ_-1W09uUAA7NaCLMJaIkczioY7iQVTki7O2/w482-h478/sitenovo.jpg" width="482" /></a></div></blockquote><div><br />
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span face="Arial,Helvetica,sans-serif" style="font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span face="Arial,Helvetica,sans-serif" style="font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span></div><br /><div><span face="Arial,Helvetica,sans-serif" style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-53212454315581848182020-09-20T15:30:00.000-03:002020-09-20T15:30:09.183-03:00OK, LINUX, ISTO É UM ADEUS!Eu bem que tentei, e até gostei de você. Rápido, seguro, firme nas curvas. Mas acho que estou um pouco velho para novas experiências. Afinal, eu conheci computadores no tempo dos TKs, Apples, MSX e PC de tela verde. Aprendi um pouco de Basic, programei em DBase II, e joguei os games novos que hoje são peças de museu. Até de DOS, que tinha no PC e no MSX, um computador que poucos sabem recebem o MS do nome da Microsoft, eu entendia e sabia me virar. Mas aí ouvi a música: <br /><br /><i>
"Olho a rosa na JANELA,<br />
Sonho um sonho pequenino...<br />
Se eu pudesse ser menino<br />
Eu roubava essa rosa<br />
E ofertava, todo prosa,<br />
À primeira namorada.</i>
<br /><br />
E passei anos na janela, digo, Windows. Um SO (Sistema Operacional) feito para gente burra que não quer pensar, e não esse primor de SO que é o Linux, feito por nerds para nerds que sabem falar Klingon. Eu até insisti um pouquinho, mas nunca fui tão humilhado em toda a minha vida. Tudo bem que o notebook onde decidi instalar você só dava tela azul, mas agora acho a cor até bonita perto da humilhação que você, Linux, me causou. Sua mãe não ensinou que é falta de educação não escutar as pessoas? Pensa então em alguém como eu, palestrante, que ganho a vida falando, não conseguir falar com você?! Isso é muito descaso!
<br /><br />
Será que o adolescente que te programou queria ficar tanto assim isolado da civilização que decidiu eliminar o microfone do notebook? Na era das lives e webinars um notebook sem microfone é como um telefone daqueles pretos só com a metade de cima. Eu podia ouvir você mas você não queria ouvir o som de minha voz, sua criaturinha desprezível! Tentei todos os mantras em Klingon que encontrei na web, porque no seu mundinho só consegue as coisas quem apela para a linha de comando, e mesmo assim continuei mudo e o notebook surdo.
<br /><br />
Então é isso. Reinstalei o Windows que dava tela azul e estou esperando ele dar a próxima, aquela que vem com um sorriso deitado, para ficar grato. Pelo menos ele me ouve. Você não. Bem que me avisaram para não perder tempo conversando com pinguins. Bye!<br /><br />
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span face="Arial,Helvetica,sans-serif" style="font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-67807923251704588152020-08-27T07:08:00.001-03:002020-08-27T07:08:26.474-03:00Negócios FinadosQuando a Internet estava engatinhando no Brasil eu era diretor de comunicação e marketing de uma empresa de TI que mantinha o que era o único provedor de Internet da cidade (depois surgiria outro menor). Para prover o serviço alugávamos os serviços da Embratel que acessávamos via rádio e com um link que hoje está na base da tabela das operadoras de Internet voltada aos usuários domésticos. Eu tenho em minha casa uma Internet com trinta vezes aquela capacidade que atendia toda a cidade.<br />
<br />
Na época sabíamos que aquele era um negócio moribundo, como de fato foi, pois as grandes operadoras de telefonia iriam engolir os provedores, como também engoliriam os fornecedores de TV a cabo, como um pequeno que havia em minha cidade e também desapareceu. A tendência seria esta e a uma velocidade cada vez maior, como se o game Pac-Man passasse comendo tudo que estivesse à sua frente.<br />
<br />
Os táxis seriam engolidos pelo Uber que será engolido pelo carro autônomo, as fotos de filme engolidas pelas digitais, as locadoras de vídeo engolidas pela Netflix, Amazon Prime e outras, livrarias fechadas por e-books, editoras pelos sistemas de auto-publicação, e eu poderia continuar com a lista porque quando pensasse estar publicando o último item minha lista já teria sido comida por uma lista mais completa.<br />
<br />
Tenho gravado em vídeo um curso de oratória que ainda não tive tempo de editar para colocar no mercado por meio de uma provedora de cursos online. Ainda bem, porque já vi que essas empresas também serão engolidas muito logo, à medida que Facebook, Youtube e outras começam a oferecer a possibilidade de produtores de conteúdo cobrarem pelo que publica nelas.<br />
<br />
O único atrativo que irá restar para os provedores de cursos online será o fornecimento de um certificado reconhecido como aulas suplementares por algumas escolas, mas isso também se arranja. Outro atrativo poderá ser sua rede de publicidade que alcança um grande público, mas isso também não será atrativo para quem já criou uma rede de seguidores nas redes sociais e é capaz de alcançá-los diretamente. A minha tem mais de meio milhão de pessoas.<br />
<br />
No filme "O Escândalo" ("Bombshell") que vi no Amazon Prime, aprendi das ações de funcionárias da Fox News que levaram à queda de seu poderoso Roger Ailes, o ex-presidente da empresa, acusado de assédio sexual e má conduta. Apenas uma das vítimas foi indenizada em 40 milhões de dólares pelas investidas do ex-presidente molestador.<br />
<br />
Mas o que o filme tem a ver com o assunto dos negócios defuntos? Bem, em uma cena, quando Ailes faz pressão sobre seus funcionários, ele diz: "Somos o negócio mais competitivo do mundo". Ainda tem gente que pensa assim, mas a imprensa é outra que já entrou na fila do bico do corvo há algum tempo, e só não percebeu isso.<br />
<br />
Anos atrás fui sondado por um dos maiores jornais do país para fazer um workshop com seus diretores e gerentes para apontar novos rumos. Eles tinham investido milhões em um novo parque de impressão colorida porque achavam que as novas gerações seriam seduzidas a ler jornal de papel se as fotos fossem coloridas. Pelo jeito eles não gostaram muito de minha proposta e não fui contratado. Talvez tenham contratado um consultor que dissesse que estavam no rumo certo. O resumo do que eu disse em minha proposta está neste vídeo: "Parem as máquinas!" <a href="https://youtu.be/Hlwtu5pjJkQ">https://youtu.be/Hlwtu5pjJkQ</a><br />
<br />
As tiragens dos jornais impressos despencaram quando as novas gerações deixaram de comprar notícia em papel que muito cedo era transformado em papel de embrulho em açougue. Hoje nem isso, porque a vigilância sanitária pega no pé do comerciante. Além disso o papel virou tela. As rádios perdem espaço para os podcasts e para áudios e vídeos no Youtube. Reparou que as rádios tradicionais transformaram seus estúdios em estúdios de TV e partiram para as redes sociais? Mesmo assim perdem feio para alguns Youtubers mais famosos.<br />
<br />
E os telejornais? Bem, assim como não compro jornal há séculos (sim, eu sou velho assim); a TV aberta deixei de lado há muito tempo e os telejornais abertos ou por assinatura eu nem vejo mais. Aliás, dei um fora homérico quando, em uma palestra para uma equipe de uma empresa que vende programação de TV a cabo deixei escapar que eu mesmo já tinha cancelado minha TV a cabo e ficado só com Internet.<br />
<br />
Onde vejo notícias? Começo pelo Twitter e outras redes sociais porque é ali que alguém vai compartilhar o que viu acontecer de primeira mão, ou ouviu dizer ou leu em algum site, não interessa qual. Se eu quiser saber mais vou ver no site, não interessa qual, e fico suficientemente informado. <br />
É aqui que você dirá que isso não me dá a certeza de que a notícia seja verdadeira ou fake news, e é por isso que as grandes redes de notícias vão continuar existindo. Sério que você pensa assim tão ingenuamente? Sugiro que assista ao filme para ter uma ideia do que rola nos bastidores das grandes redes de notícias e como são escolhidas ou plantadas as notícias conforme os interesses das companhias.<br />
<br />
Isso mesmo, a credibilidade dos grandes telejornais, hoje enfiados até o pescoço em trocas de favores políticos, nunca esteve tão baixa e vai continuar caindo. Até eles criam seus próprios fake-news se isso der audiência, e o melhor comentário que ouvi de alguém é que quando termina o telejornal da maior rede de comunicação do Brasil, e o âncora diz "Boa Noite!", as pessoas agora abrem a janela para conferir.<br />
<br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-5514145235097450242020-06-15T14:48:00.001-03:002020-06-15T14:48:02.884-03:00Quase enganosa - Mario PersonaQuando vi o site do hotel na Internet fiquei animado. Já podia me enxergar ali, largado à beira da piscina, a dois passos da praia, e comendo metade das espécies de peixes e crustáceos do Atlântico ao som do pipocar do gás da cerveja. Não foi bem assim.<br />
<a name='more'></a><br />
Se visitar o site de um hotel na Internet, desconfie. Com a lente correta e algum conhecimento de Photoshop, qualquer garoto é capaz de transformar a marginal do Rio Tietê, em São Paulo, em avenida beira-mar. É o que chamo de propaganda quase enganosa. A realidade é mesmo aquela, só que distorcida pela lente do artista.<br />
<br />
Nunca me esqueço do evento de uma semana em um hotel que a empresa que eu atendia contratou pela Internet. No site, a sala de convenções parecia o estádio do Maracanã, graças às fotos com lente olho-de-peixe. Uma vez lá, foi difícil manter naquela lata as cento e poucas sardinhas participantes.<br />
<br />
No caso do hotel de onde escrevo, só descobri que era uma pousada quando cheguei aqui. Algumas pousadas são organismos vivos, que nascem de uma pequena casa e crescem graças ao transplante de cômodos e casas vizinhas. Tenho um palpite de que daqui a cem anos esta será comparada a uma obra de Gaudí, como o templo da “Sagrada Família” de Barcelona, tamanha a variedade de ladrilhos, pisos e azulejos.<br />
<br />
O site que me trouxe até aqui criou em mim a falsa impressão de que ficaria hospedado em uma vila no Mediterrâneo, com as ondas batendo sob a janela de um quarto com vista para o mar. Tudo o que consigo ver são quintais e cachorros que não param de latir. No site havia uma foto do hotel bem ao lado dos iates da foto de uma marina local. A foto dos feios quarteirões que separam uma coisa da outra não estava lá.<br />
<br />
No apartamento tudo é improvisado, até os quadros. Assim que entrei fui tomado por um sentimento de nostalgia e imediatamente me lembrei dos natais dos tempos de criança. Não, não são quadros de paisagens natalinas, mas apenas pedaços de papel de presente emoldurados. Você deve conhecer, desses que mostram instrumentos de navegação, cachimbos, bússolas, mapas antigos e coisas do tipo. Há vantagens, porém. Eu quase não sinto o cheiro de esgoto que sai da pia e dos ralos do banheiro, graças à naftalina. As bolinhas estão em toda parte. Meu medo é sair daqui viciado.<br />
<br />
A cidadezinha litorânea é minúscula, mas não se iluda achando que isto signifique tranquilidade. Um trem de carga atravessa o lugar a poucas quadras da pousada, e tantas quantas são as ruas que os trilhos cortam, tantos são os apitos que ele dá de dia e de noite.<br />
<br />
Mas é claro que o trem não passa o tempo todo. Nos intervalos entra o som dos candidatos a vereador em plena campanha eleitoral. Como a cidade é pequenininha e só escuto um candidato de cada vez, acredito que os carros tenham combinado sair como fazem nos sambódromos, um a um, para evitar misturar as propagandas. Ou então a cidade só tem um carro de som para preencher as lacunas entre os apitos do trem.<br />
<br />
A pousada não serve refeições, por isso comi um peixe no primeiro lugar que encontrei. Minha impressão é que aquele peixe era reincidente e tinha sido frito duas ou mais vezes. Na música ambiente do lugar o Roberto cantava <i>“Eu voltei”</i>. Eu sei que existe uma campanha para não comermos peixes em extinção, mas será que ela inclui os extintos? Começo a achar que esse peixe vai voltar à noite para me assombrar.<br />
<br />
Minha preocupação com o peixe se agravou quando voltei à pousada e decidi procurar na Internet informações sobre a cidadezinha. Sabe como é, não vi nada de interessante, mas pode ser que eu tenha perdido alguma coisa nos cinco minutos que levei para atravessar a cidade caminhando a passos lentos. Encontrei um site de informações turísticas que falava das duas ou três atrações do lugar:<br />
<br />
<i>“Quando estiver na cidade, escolha um dos muitos quiosques instalados no cais para petiscar um peixinho frito. Para fazer a digestão, visite a igrejinha de Nossa Senhora...”</i><br />
<i><br />
</i> É, definitivamente vou ter problemas com o peixe.<br />
<div>
<br /></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-22174176859218494322020-06-14T07:44:00.003-03:002020-06-14T07:50:38.295-03:00A nova Revolução CulturalQuando acordei hoje achando que tinha tido uma ideia original e inédita, ao comparar à<i> "Revolução Cultural Chinesa" </i>os movimentos pró-politicamente correto, anti-racistas, anti-homofóbicos e anti-outras coisas, logo descobri que outros já tinham pensado nisso em artigos e livros. Ou, como um amigo costuma dizer, <i>"Os antigos me copiaram".</i><br />
<a name='more'></a><br />
O banimento do filme <i>"E o vento levou" </i>do catálogo da HBO, a destruição de estátuas e monumentos do período escravagista da história, e no Brasil a campanha contra os livros de Monteiro Lobato, fazem parte de um mesmo e único esforço de revolução cultural. Porém destruir uma estátua ou um filme é tão eficaz quanto a história do marido que flagrou a mulher com outro no sofá e logo tomou providências: Vendeu o sofá. <br />
<br />
Se você já leu sobre a<i> "Revolução Cultural Chinesa" </i>saberá que na época o governo de Mao Tse Tung criou a <i>"Guarda Vermelha"</i>, um exército de adolescentes e estudantes armados de palavras de ordem, que tinham poder para invadir casas, espancar moradores e destruir tudo que tivesse alguma aparência de imperialismo e capitalismo ocidental. O critério do que devia ser destruído ou não? Ora, a larga experiência e conhecimento de garotos e garotas de quinze anos lobotomizados pela doutrinação maoista. <br />
<br />
Valia tudo, queimar pianos de cauda com partituras dos grandes clássicos do ocidente, rasgar pinturas de grandes mestres, queimar montanhas de livros, quebrar objetos de toda e qualquer religião e eventualmente espancar até à morte intelectuais formados pelo "imperialismo ocidental", muitas vezes os próprios professores daquelas crianças. Ah, e tem também os casos de pastores que foram enterrados vivos para banir qualquer desejo de ser cristão.<br />
<br />
Mas não foi só a memória do que a rapaziada considerava imperialismo que foi destruída. A Revolução Cultural Chinesa e sua Guarda Vermelha imberbe também incluíam a eliminação dos "Quatro Velhos": Velhas Ideias, Velha Cultura, Velhos Costumes e Velhos Hábitos. Ao darem àqueles pivetes vermelhos carta branca, eles passaram a destruir tudo que tivesse sido criado antes de 1949, e por isso muita arte chinesa, que havia resistido por milênios a guerras, incêndios e terremotos, virou pó. Até mesmo os livros de genealogia, que as famílias mantinham como tradição, desapareceram, junto com grande parte da história daquele povo.<br />
<br />
Aquela criançada nem tinha Twitter ou Instagram, mas mesmo assim conseguiam influenciar toda uma sociedade, até os próprios líderes comunistas perceberem o rastro de injustiça, sangue e destruição que causavam, e arranjarem alguém em quem colocar a culpa: Jiang Qing, a quarta esposa de Mao e poderosa propagandista da Revolução Cultural. Após a morte de Mao ela foi presa, até se suicidar em 1991 aos 77 anos.<br />
<br />
Não sou profeta e nem vidente, mas quando olho para todo esse barulho dos movimentos multicores do pró-politicamente correto, anti-racistas, anti-homofóbicos, anti-machistas, anti-paternalistas, anti-autoridades e anti-outras coisas visualizo uma cena de filme de bang-bang antigo, quando os pele-vermelhas amarravam numa estaca um cara-pálida e ficavam dançando em volta fazendo <i>"Uh! Uh! Uh!"</i> ao som dos tambores dos rappers da tribo.<br />
<br />
Sabe quem é o moderno cara-pálida da moderna Revolução Cultural, que está sendo amarrado na estaca? A Bíblia, um livro que, segundo a opinião da nova Guarda Vermelha, está cheio de escravos, leis homofóbicas e cultura machista baseada no patriarcado e em um Deus ao qual o texto se refere como "Ele", nunca como "Ela" ou usando um gênero neutro tipo <i>"Elx"</i>, <i>"El@"</i> ou seja lá o que os linguistas irão acordar como sendo permitido pelos novos conceitos de <i>"liberdade"</i> de pensamento e expressão..<br />
<br />
Então quando você ouve falar de docerias processadas e falidas por se recusarem a fazer o bolo de casamento que os <i>noivxs </i>pediram, restaurantes boicotados por serem pró-vida, vagas de emprego recusadas a quem professa ser cristão e tantas ações que tomam corpo na sociedade moderna e até na cristandade - como a decisão da Igreja Luterana da Suécia de não mais chamar a Deus de <i>"Ele"</i> - pode ir enfiando a viola no saco porque o baile que vem por aí não é para cristão.<br />
<br />
<i>"Estamos vendo o nascimento de uma Revolução Cultural sem derramamento de sangue e de alta tecnologia, uma que se apóia na intimidação, no vexame público e na ruína econômica para ditar que palavras e ideias são permitidas na sociedade".</i> - National Review<br />
<br />
<i>"O que vemos acontecendo em nossos campi são estudantes universitários gritando em alto-falantes; ativistas do Black Lives Matter pedindo que policiais sejam mortos; censores que estabelecem a lei sobre que entretenimento pode ser fornecido ou que tipo de arte pode ser feita ou vista pelos estudantes."</i> - Law and Liberty<br />
<br />
<i><span style="font-size: x-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span></i>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-28689015084522771302020-06-02T11:54:00.001-03:002020-06-02T11:54:09.714-03:00Com fome na quarentena?Nesta quarentena onde estou também virei cozinheiro, mais uma habilidade a ser incluída em meu currículo no "Novo Normal". Acabei de cozinhar abobrinha italiana (zucchini) só na água e sal e guardei a água para colocar em uma sopa. Você não guarda a água das coisas que cozinha? Está jogando fora nutrientes. Enquanto o lixo dos países desenvolvidos é rico em embalagens de lata, plástico e papel, o lixo dos países menos desenvolvidos é rico em nutrientes não aproveitados. Folhas de cenoura dão um ótimo refogado, o mesmo vale para folhas de beterraba. Tudo isso é alimento, principalmente em tempos bicudos.<br />
<a name='more'></a><br />
Meu pai vinha de família pobre de italianos, e o prato principal era a polenta. Que frango? Frango só tinha quando um dos dois estava doente, o frango ou a criança que precisava comer caldo de frango (que é anti-inflamatório). Ele morou numa pensão em São Paulo para trabalhar e mandar dinheiro para os pais no sítio em Leme, e me ensinou que na pensão, quando tinha um bife, mesmo que fosse daqueles que você joga para cima e ele cai planando de lá para cá como uma folha de papel, ele comia o bife. Porque o bife de ontem será o picadinho de hoje e o croquete de amanhã.<br />
<br />
Para dormir ele enrolava braços e pernas em jornais porque o único pijama que tinha era fininho e o inverno de São Paulo era terrível. Era no tempo em que a cidade era conhecida como "terra da garoa", mas a garoa desapareceu com o aquecimento global. Também tinha o dinheiro contado para o bonde da ida e da volta, e se quisesse comer um doce ou tomar um sorvete ia para o trabalho caminhando.<br />
<br />
Com ele aprendi que NUNCA se deixa comida sobrando no prato, jamais, never! Eu disse polenta? Pois é, um alimento bom e barato que revolucionou civilizações. Batata é outro ao qual é creditado a ascensão dos povos europeus depois do descobrimento. O tomate nem tanto, apesar de ter sido levado para lá das Américas, porque só no século 19 descobriram que não era veneno. Até então só servia de enfeite no jardim.<br />
<br />
Então o macarrão que Marco Polo NÃO importou da China, porque já existia bem antes dele na Europa provavelmente introduzido por árabes, só era servido sem molho de tomate. E por falar em macarrão, se você não for alérgico a glúten, que é a proteína do trigo, guarde a água do macarrão para a sopa, porque ela é rica em amido e sais minerais, que você deve gastando dinheiro para comprar em cápsulas de suplementos.<br />
<br />
Na Web você encontra muitos sites que ensinam a aproveitar talos, folhas e outras partes que as pessoas costumam jogar fora e são alimentos riquíssimos. Outro dia no comentário de um vídeo de ficção no estilo pós-apocalíptico no Youtube alguém comentou: <i>"Que mulher tola! Ela descascou as batatas antes de cozinhar!"</i>. Depois disso batata aqui em casa só com casca, seja doce ou salgada.<br />
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Em minha próxima dica ensinarei como fazer uma deliciosa "Sopa de Pedra". Nunca tomou? Não sabe o que é bom.<br />
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<br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-21123211093967057142020-05-06T11:23:00.001-03:002020-05-06T11:23:25.219-03:00Como organizar eventos no "novo normal"É bom você ir se acostumando com a ideia de que por um bom tempo os eventos serão pequenos neste mundo do "novo normal" por causa da pandemia do coronavírus. Eventos esportivos, feiras e exposições não devem voltar tão cedo ao calendário de eventos, a menos que surja uma vacina ou a população acabe sendo imunizada pelo que se costuma chamar de "imunização de rebanho". Profissionais na área de promoção de eventos preveem que a situação atual poderá durar por meses ou até anos.<br />
<a name='more'></a><br />
Começando pelos aniversários, quando o aniversariante acabará levando uma sonora vaia caso se atreva a soprar as velinhas sobre o bolo, passando por casamentos e até festas de formatura, a indústria de eventos sofreu uma espécie de terremoto associado a um tsunami com erupção vulcânica, tudo junto. Enquanto alguns tentam negociar com clientes o adiamento de eventos, outros já perceberam que o que os clientes querem mesmo é cancelar tudo. É ilusão achar que tudo voltará ao normal logo ali mesmo porque muitos clientes também terão saído do mercado ou não terão mais recursos para contratar eventos.<br />
<br />
Do ponto de vista operacional, leve em consideração que as restrições feitas às viagens internacionais e barreiras em diferentes países também impedirão que grandes eventos sejam feitos com público internacional. O mesmo pode acontecer com viagens dentro de um mesmo país que teve diferentes impactos regionais causados pelo vírus. Promover testes de anticorpos no acesso aos eventos é impraticável.<br />
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Quem trabalha na promoção, produção e apresentação de eventos precisará se reinventar. Além desses, existe toda uma cadeia de negócios também pendurada nos eventos, como serviços de bufê, transportes, montagens, equipamentos e até o pipoqueiro que ficava no portão do estádio. Palestrantes precisarão se acostumar a utilizar meios digitais e promotores a criar diferentes modalidades de eventos virtuais, buscando patrocinadores com um novo discurso de vendas.<br />
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À medida que as restrições de reuniões forem sendo relaxadas localmente pode ser preciso também trabalhar mais com eventos locais do que abrangendo público nacionais ou internacionais. Mas os eventos virtuais podem também ter um caráter nacional ou internacional e com isso atender a uma gama de patrocinadores interessados em alcançar públicos bem específicos. As redes sociais e influenciadores passam a ter um papel ainda mais importante na divulgação e obtenção de recursos.<br />
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Para quem trabalhava na promoção de feiras e exposições sugiro ficar atento às novas tecnologias de Realidade Virtual, que permitem que você tenha a sensação de estar em um outro ambiente quando se usa óculos especiais para jogar, e Realidade Aumentada, com a qual você continua vendo o seu ambiente, porém agregado de informações, vídeos e imagens adicionais. Quem correr na frente pode conquistar novos clientes com feiras e exposições virtuais.<br />
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Palestrantes como eu também terão de se reinventar para atender clientes por meio de palestras ao vivo ou gravadas para transmissão via Internet. Já tenho recebido pedidos de propostas de empresas que estão alterando seu calendário de eventos para alcançar seus colaboradores em casa ou em pequenos grupos com medidas de distanciamento social, que agora passam a fazer parte das determinações de Segurança no Trabalho.<br />
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Para mim o abalo é menor, pois a quase totalidade de minhas palestras, workshops, treinamentos e coaching acontece em eventos para a empresa que me contrata, e não em eventos abertos ou com adesão por meio de ingressos. É provável que minha menor participação em eventos públicos esteja no fato de eu não ser um palestrante do tipo showman. As palestras-show costumam atrair um público maior e mais diversificado, daí a preferência dos promotores de eventos públicos por profissionais assim.<br />
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É claro que minhas apresentações são divertidas, conto casos engraçados e os treinamentos têm dinâmicas interessantes e interativas, mas não sou mágico, cantor ou comediante. Não planto bananeiras e nem peço às pessoas para se abraçarem e beijarem, o que certamente não vai existir mais no <i>"novo normal"</i>. Há profissionais que fazem isso melhor do que eu, por isso nem me atrevo a imitá-los e também não promovo meus próprios eventos, como alguns que participam de ganhos pela venda de ingressos.<br />
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Muita coisa mudou na era pós-pandemia do COVID-19 ou coronavírus. Com as ordens de quarentena e distanciamento social todos os eventos públicos no Brasil e no mundo foram obrigados a parar, e não só eventos, mas até cinemas, teatros, shows, cruzeiros marítimos, parques temáticos, competições, eventos esportivos etc. Enquanto isso, empresas e profissionais descobriram ser possível trabalhar sem sair de casa, e a mídia também passou a investir em shows, eventos e entrevistas online.<br />
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Para o promotor de eventos as dicas que dou aqui continuam valendo com algumas adaptações, mas a ideia básica é transformar o evento online no canal de exposição de um ou mais patrocinadores para fazer a coisa acontecer. Os eventos online seguem de perto a estratégia usada pelas empresas que patrocinam influenciadores digitais, mas do ponto de vista da apresentação tudo deve ser mais breve do que era no mundo antigo pré-pandemia. As palestras organizadas pela TED são um bom referencial para o <i>"novo normal"</i>.<br />
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Agora vamos às dicas antes que você se aventure nessa difícil profissão, seja para a promoção de eventos presenciais ou virtuais, sem estar devidamente equipado para o que irá encontrar pelo caminho:<br />
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<b>Aprenda a passar o chapéu. </b>Nunca tente promover um evento apenas contando com a arrecadação de ingressos. Tem muito dinheiro envolvido nos custos com local, palestrante, viagens, hotéis, alimentação, promoção, equipamento e pessoal de apoio, para você se arriscar. Mesmo hoje, quando esses custos de deslocamento poderão cair, é provável que você precise alugar um estúdio para o palestrante não precisar competir com latidos de cachorros, buzinas e choros de criança, sons que certamente fazem parte do lugar onde mora. Portanto, procure patrocinadores que paguem por tudo isso em troca de promoção.<br />
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<b>Promova corretamente. </b>Ninguém saberá que seu evento irá acontecer sem promoção. Também neste caso, evite gastar e procure patrocinadores. Uma entrevista que você consiga numa rádio tem um efeito maior do que dinheiro gasto em propaganda convencional. Lembre-se de que ninguém irá querer patrocinar se você não promover o patrocinador corretamente, fazendo com que ele apareça. Isto não significa passar aquelas duas horas e meia de vídeo dos patrocinadores antes de uma palestra, ou dar a cada um a oportunidade de falar antes de sua atração principal. As pessoas não irão querer pagar para isso. Respeite seu público se quiser tê-lo em eventos futuros.<br />
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<b>Agregue valor para patrocinadores, palestrantes e público.</b> Muita gente pensa que promover eventos é colocar um site bonitinho na Internet e esperar o telefone tocar. Pode esquecer. O palestrante de hoje já tem site bonitinho e telefone que toca. Se quiser atuar como agenciador vai ter de correr atrás, visitar empresas, vender, vender e vender.<br />
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<b>Respeite os horários. </b>Como palestrante em eventos abertos ao público, sinto-me péssimo quando o organizador fica adiando minha entrada para esperar por mais público pagante. Adivinha de quem o público pensa que foi o atraso? O resultado é trágico, já que o palestrante entra desacreditado e leva um bom tempo para inverter isso.<br />
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<b>Conheça seu público.</b> Na hora de promover, é preciso saber quem você quer atingir. Se o seu evento for voltado para um público de indústria, nem perca tempo com outdoors, panfletagem ou comunicação de massa. Vá direto aos meios de comunicação segmentados ou use mala direta para aquele segmento. Não faça spam (propaganda por e-mail) pois na próxima seu remetente pode estar no filtro de e-mails de todas as pessoas que você pensa estar atingindo.<br />
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<b>Verifique o calendário.</b> Já participei de eventos que foram um fracasso porque o organizador não prestou atenção no calendário. Assim, um evento voltado para universitários em época de provas dificilmente conseguirá público. Ou uma palestra para profissionais de saúde que coincida com o período de um simpósio importante para aquele público dará um branco total na audiência. Já tive algumas palestras canceladas porque o promotor insistiu que conseguia público... uma semana antes do Natal!<br />
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<b>Organize seu auditório.</b> Caso as coisas voltem a acontecer em público, provavelmente será com um pequeno número de pessoas respeitando o distanciamento social. Se for o caso, disponha os assentos em semi-círculo para que todos possam olhar diretamente para a tela de projeção, se o evento for virtual, ou para o palestrante. A torção do pescoço diminui o calibre das artérias que irrigam o cérebro, causando sono. Se for um treinamento com intervalos, peça para as pessoas se sentarem em lugares diferentes na volta do café.<br />
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<b>Seja claro.</b> Em eventos e reuniões presenciais a iluminação sobre a audiência deve ser suave; menor sobre a tela de projeção e suficiente sobre o palestrante, para que o público veja seus gestos e expressão facial. Nunca apague todas as luzes do auditório ou aquela será a palestra que todos sonharam ouvir.<br />
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<b>Cuidado com a contra-mão.</b> A tela deve ficar à esquerda do palestrante (centro ou direita da audiência), para que este possa apontá-la com a mão esquerda, enquanto segura o microfone com a direita. Obviamente ele não precisará segurar o microfone se este for de lapela. Pode ser preciso inverter tudo se o palestrante for canhoto.<br />
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<b>Você sabe com quem está falando?</b> Microfones de lapela deixam as mãos livres, porém podem prejudicar a qualidade de som quando o palestrante olha para os lados ou arruma muitas vezes a gravata. Existe ainda o perigo de ele se esquecer de desligar o microfone enquanto conversa assuntos sigilosos ou fala mal do público enquanto ainda está atrás das cortinas. Se for ao banheiro com o microfone ligado...<br />
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<b>Mestre de cerimônias.</b> Este é outro profissional cuja atividade foi abalada pelo coronavírus, mas que ainda pode continuar atuando virtualmente ou em pequenas reuniões. Seu objetivo é valorizar o evento, nunca roubar a atenção do foco principal. Deve fazer a apresentação do palestrante, aproveitando para dar avisos de duração da palestra, intervalos e solicitar o desligamento dos celulares. Deve reassumir no final da palestra para avisos de horários e local do intervalo (se houver) e solicitar um retorno rápido da audiência a seus lugares. Cuidado na hora de contratar o mestre de cerimônias para não pegar um muito engraçadinho e de pouco tato. Odeio quando o mestre de cerimônias cai na vulgaridade pois o público pode achar que o palestrante tem o mesmo nível.<br />
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<b>Se tiver que dar errado, vai dar. </b>Projetores, iluminação, microfones e equipamento de som devem estar instalados, com peças de contingência como lâmpadas e pilhas, e testados com antecedência por pessoas que entendem do assunto. Numa palestra para um auditório imenso, fiquei contando meia hora de histórias para ganhar tempo, enquanto dois técnicos desconfiguravam meu notebook só porque não sabiam que bastava teclar FN + F5 (ou outras teclas, dependendo da marca) para jogar a imagem para o datashow. O cuidado também vale e ainda mais para eventos virtuais. Uma conexão ruim pode colocar tudo por água abaixo, então é preciso testar antes ou então gravar o evento com antecedência e transmitir no horário designado. Se não for um evento que necessite de interação do público é provável que ninguém perceba que aquela <i>"live"</i> foi gravada.<br />
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<b>Não querendo interromper... </b>Deixe um copo de água à disposição do palestrante, mas nunca peça para um garçom ou recepcionista entrar no palco no meio da palestra para levar um copo. Você pode querer mostrar que sua organização é boa e atende o palestrante, mas o que estará fazendo na realidade é interromper e desviar a atenção do público e do próprio palestrante. As interrupções devem ser previstas também em eventos virtuais, e o palestrante, entrevistado ou artista deve ser devidamente instruído a desligar todos os telefones da casa, usar um cômodo silencioso e deixar todos avisados para não ser surpreendido por interrupções.<br />
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<b>Energizar para não atrasar.</b> Se houver ocasião para perguntas, seja num evento presencial ou virtual, isso deverá ser informado antes. Em auditórios grandes costumava-se usar recepcionistas com microfones ou folhas de perguntas, mas como tudo mudou será preciso também planejar como fazer isso no <i>"novo normal"</i>, seja em reuniões presenciais ou online.<br />
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<b>Hein?!</b> Em alguns eventos o palestrante poderá utilizar recursos de som de seu próprio notebook, portanto procure saber com antecedência se ele vai precisar de amplificador e caixas de som com um cabo para conexão à saída de fone de ouvido do notebook do palestrante. Tenha alguém checando se o volume está bom e sinalizando para o palestrante, pois este geralmente está atrás das caixas ou é meio surdo como eu.<br />
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<b>O próximo... não, antes desse... o outro...</b> O ideal é que o palestrante faça a projeção de sua apresentação diretamente de seu notebook e para isto devem ser previstos cabos com comprimento suficiente para alcançar o datashow e o amplificador de som. É melhor assim do que ele ficar dizendo "Próximo" para algum ajudante que geralmente é o primeiro que dorme na palestra.<br />
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<b>Hora de laser.</b> Na impossibilidade de o palestrante fazer a mudança dos slides, deve ser providenciado um equipamento de projeção com controle remoto sem fio ou um operador que tomou bastante café e seja inteligente o suficiente para a mudança dos slides. Um recurso é o palestrante usar um apontador laser e combinar previamente com o operador um local oculto do público para onde ele apontará o laser quando quiser trocar o slide.<br />
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<b>A turma do gargarejo.</b> Para eventos presenciais as recepcionistas devem encaminhar os participantes para as primeiras fileiras. A distância ocasionada por assentos vazios entre o palestrante e a platéia prejudica bastante o sucesso da palestra e impede que haja interação. Isso também evita que o público retardatário distraia quem chegou antes, ao procurar assento nas primeiras fileiras.<br />
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<b>Som na caixa.</b> É aconselhável que haja música ambiente antes da palestra (mais alto) e depois (mais baixo), de preferência jazz instrumental com ritmo alegre. O ritmo vai ajudar a definir o humor do público durante o evento. Não exagere, porém, tocando samba-enredo ou passando um vídeo tão interessante antes de começar a palestra que o público venha a pedir para o palestrante esperar acabar o filme.<br />
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<b>Otimizando a apresentação. </b>Ao apresentar o palestrante, evite exagerar nos adjetivos para não criar uma falsa expectativa. Dê preferência a este modelo que costumo sugerir para meus clientes. Ele diz:<br />
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<i>Convidamos hoje Mario Persona para falar sobre [ tema ]. Mario Persona é autor de vários livros e consultor de estratégias de comunicação e marketing. Mario Persona é convidado com freqüência para falar de temas ligados a negócios, marketing e desenvolvimento pessoal e profissional em empresas e universidades. Com vocês, para falar sobre [ tema ]: Mario Persona!</i><br />
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Agora, a dica mais importante. Para não ter o trabalho de alterar o modelo que sugeri, convide o mesmo palestrante para seu evento.<br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-82978496061764655392020-05-05T15:41:00.004-03:002020-05-05T15:41:52.661-03:00Mensagem a um executivo - Mario Persona<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/A0ZhbUlp5fM" width="560"></iframe><br />
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<a href="https://youtu.be/A0ZhbUlp5fM">https://youtu.be/A0ZhbUlp5fM</a><br />
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Olá Zé. Doutor José?! Deixe disso, cara, hoje vou tratá-lo de Zé mesmo, pois um dia você foi só isso. Quero falar com você. Pode me dar cinco minutos? Dois? Sei que não tem tempo, que está correndo feito louco, mas o que quero dizer é importante para você não ficar assim mesmo — louco — quando a correria acabar.<br />
<a name='more'></a><br />
É verdade, a correria acaba, nada dura para sempre. Quantas vezes nos últimos dias você ouviu a frase<i> "Não trabalha mais aqui"</i> ao ligar para alguém? Antigamente não tinha disso, né Zé? Pois é, novos tempos. Seja humilde. Muito daquilo que você hoje pensa que tem não é seu. É da companhia ou do posto que ocupa.<br />
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Sabe o Júnior, aquele cheio de MBA disso e MBA daquilo, que fala até mandarim? Olha, Zé, é melhor você emagrecer porque seu paletó vai para ele. Se um dia você já foi o rei da cocada preta, hoje não é mais. Isso mudou. Deu cem dias sem resultados e vai ter alguém atendendo seu telefone e dizendo: <i>"Não trabalha mais aqui"</i>.<br />
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Tudo bem que você vai sair como quem sai e não como quem é saído. Executivos são jogados na rua com tapete vermelho, até para resguardar a imagem da empresa. Vão dizer que saiu para desenvolver projetos próprios (leia-se "procurar emprego"), buscar novos desafios ("pesquisar nos classificados") e se dedicar mais à família ("viver à custa da patroa").<br />
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Por isso, comece a baixar a bola porque ela é emprestada. Devagar com seu próprio andor, porque você é de barro. Pode nem ser você quem está na reta, mas seu chefe ou o patrão. Empresários também são demitidos pelo mercado.<br />
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Quando jovem, negociei com um empresário a renovação do aluguel de um imóvel que pertencia a ele, ocupado pelo banco para o qual eu trabalhava. Muito dinheiro. Fumando charuto e entediado com a negociação na enorme mesa, numa enorme sala do enorme prédio de sua enorme empresa, ele baforou em minha cara a conclusão nada humilde:<br />
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<i>— Vá lá, fica por isso mesmo. Esse aluguel eu gasto num final de semana só de combustível para meu iate.</i><br />
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Na certa seu iate também era enorme e devia beber muito porque poucos anos depois ele não tinha nem iate, nem empresa, nem charuto. Só fumaça. Os tempos são outros, por isso seja humilde, Zé. Como assim, seja humilde?<br />
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Bem, fuja do perfil do executivo que vi uma vez jogando golfe em um resort. Prepotente, altivo, desses que culpam tudo e todos por seu próprio fracasso, era um show à parte. Chamava a atenção com seus chiliques, lançando impropérios contra a grama e culpando-a por não conseguir acertar o buraco. Isso foi há alguns anos. Não sei se ele comeu grama melhor desde então.<br />
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É provável que você não se aposente como executivo. Pouca gente vai conseguir. Acostume-se com a ideia de não estar no próximo congresso para ver o Peter Drucker e outros gurus. Mesmo porque até o grande Drucker passou, como todos passam e um dia você vai passar também. Por isso, seja humilde.<br />
Aprenda desde já a viver como um simples mortal — pegar fila em banco, andar de ônibus, comer pastel de feira. Pode não ter o glamour com o qual está acostumado, mas é menos estressante do que a vida que você leva agora. Por sinal, lembre-se de deixar o glamour na portaria junto com o crachá. Pertence à empresa.<br />
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Não se iluda com sua rede de relacionamentos. Muitos são amigos apenas da donzela que viaja de Zepelim. Quando o balão se vai, você volta a ser para eles a Geni da música do Chico. Nessas horas vale até ligar para todos aqueles cartões de executivos que você guardou na gaveta para quando precisasse. Mas não se espante se, na maioria das vezes, só ouvir a mesma frase: "Não trabalha mais aqui".<br />
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Comece a desenvolver um "Plano B", um "Plano C" e não se acanhe se precisar chegar a um "Plano Z". Quanto mais opções, melhor. Você pode acabar virando consultor ou até palestrante como eu. Você não imagina o currículo que têm as pessoas que me procuram atrás de dicas de como palestrar, achando que esta é a aposentadoria padrão de todo executivo. Fico até constrangido de pensar que possa ter algo a ensinar para pessoas com uma bagagem tão maior que a minha.<br />
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Faça já um diagnóstico de suas competências. Existe algo mais que saiba fazer? Sei lá, cozinhar, costurar, fazer de conta que sabe fazer contas. São coisas úteis para quando você abrir seu restaurante por quilo, sua confecção de biquínis ou começar a fazer em casa a contabilidade de seus novos clientes. Tudo bem, pode se apresentar como "chef", "designer de moda" ou "personal finance coach", quando fizer a declaração do imposto de renda dos amigos em seu "home-office". Pode usar esses termos, se quiser acrescentar algum glamour às suas novas atividades. Mas se não souber fazer nada, seja humilde e volte a estudar.<br />
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Tem mais uma coisa: dê atenção à sua família, se tiver sobrado uma. Geralmente esposa, filhos e irmãos são tudo o que resta quando a idade vem e a carreira vai, levando junto os amigos de copo e coffee-break. Isso quando resta, se você não os tratou como resto e cuspiu no prato nativo enquanto comia em louça chinesa com os talheres de prata da ingrata empresa.<br />
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Quer mais? Sabe aquela menina que poderia ser sua neta e chama você de gato, que diz que grisalhos são charmosos e carecas têm um brilho todo especial? Não acredite nela. Ninguém saliva tanto assim por um prato de pelancas. Ela está mais interessada numa viuvez bem-sucedida com pensão garantida, do que em ficar passeando em alguma estância de água mineral de braços dados com um tiozinho decrépito.<br />
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Não tenho mais dicas para dar. Ah, sim! Mais uma: seja humilde. Eu já disse? Tudo bem, é a idade. Por falar nisso, qual é a sua? Sabe que isso influi, não sabe? Pois é. Por falar em humildade, conheço empresários e executivos que já trabalham assim, dando exemplo de humildade e fazendo do ato de servir uma característica de sua imagem profissional.<br />
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Durante o almoço em um evento, o dono do grupo de indústrias que me contratou interrompeu o que estava fazendo para me cumprimentar. O que estava fazendo? Servindo as mesas. Outro, presidente de uma multinacional, agarrou minha mala e carregou-a até meu carro no estacionamento do hotel, diante dos olhares atônitos dos que seguem suas ordens no dia-a-dia da empresa. Executivos malas vão desaparecer. Os que não têm vergonha de carregá-las irão sobreviver. Portanto, seja humilde.<br />
Eu sei, eu já disse.<br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />
</span> <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />
</span> <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-88141194190361457862020-03-21T07:44:00.001-03:002020-03-24T20:25:16.275-03:00Qual é a do papel higiênico!?<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/aD9--w8wuz4" width="420"></iframe><br />
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<a href="https://youtu.be/aD9--w8wuz4">https://youtu.be/aD9--w8wuz4</a><br />
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Quando o coronavírus deu a largada pessoas em supermercados de alguns países correram se preparar para o pior. Na hora o pensamento era encher a despensa para estarem bem supridas nos dias de carestia que viriam. Mas nessa corrida não eram alimentos ou medicamentos que ocupavam o departamento de pânico nas mentes das pessoas. Era o papel higiênico.<br />
<a name='more'></a><br />
Tirando a questão do medo, que todos sabemos que pode aumentar seu consumo, onde estaria a razão de justamente este produto ser até motivo de brigas em supermercados e matérias nos principais jornais e TV? Acredito que a principal razão seja psicológica. Ninguém vai comer papel higiênico e, apesar da crise que atinge os jornais, ainda é possível encontrar alguns fazendo o seu papel.<br />
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Talvez a eleição do papel higiênico ao primeiro lugar na lista de prioridades esteja na forma como é vendido e como compramos. Quando eu era garoto, não existia tanto plástico nas transações comerciais. Na verdade não existia praticamente plástico algum. Embalagens eram de lata, papel ou papelão, e nos casos de doces e rapaduras até madeira e casca de milho eram materiais usados.<br />
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As compras eram feitas nos armazéns, daqueles em que você pedia no balcão e o vendedor precisava subir numa escada para pegar a lata de ervilha na prateleira. Ovos eram cuidadosamente colocados numa vasilha ou em cestinhas de arame em formato de galinha, isto se você levasse uma de casa, ou então eram colocados em um saquinho de papel. Quando era uma criança como eu que ia comprar, fatalmente o cardápio naquele dia seria omelete.<br />
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Sim, eu era descuidado assim, mas era também um menino obediente. Foi carregando pela casa uma pilha de discos 45 RPM que reduzi a cacos a coleção de óperas italianas de meu pai. Quando ele disse "FILHO! LARGUE ISSO!", eu larguei. Naquele tempo os discos não eram de vinil inquebrável, mas de goma-laca que quebrava como vidro.<br />
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O leite era comprado ou entregue pelo leiteiro em garrafas de vidro de boca larga. O pão, só enrolado num papel pardo. Até o óleo de cozinhar, se você optasse por um mais em conta, devia levar seu próprio litro ao armazém onde havia um grande latão com uma bomba manual para encher a garrafa. Os alimentos, em sua maioria, eram vendidos a granel, pacientemente tirados de grandes barris e pesados em sacos de papel. Se você for jovem talvez precise usar de sua imaginação para entender.<br />
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Para levar a compra para casa existiam aquelas sacolas de lonita, geralmente listradas, que todo mundo usava. Quando esquecíamos de levar, o armazém podia colocar em sacolas de papel, mesmo porque ninguém fazia compras para o mês inteiro, como é hoje. Tudo era comprado quase que diariamente para o consumo do dia e transportado um saco em cada mão.<br />
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O plástico era uma novidade que começava a aparecer só em alguns brinquedos, porque a maioria era de madeira ou metal. Na época o papel higiênico era vendido individualmente, rolo a rolo, cada um embrulhado numa espécie de papel de seda. Folha dupla? Sedoso? Perfumado? Pode esquecer. Lixa simples e com sorte sem cheiro de mofo.<br />
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Hoje tudo é diferente, e o plástico está presente em quase todas as embalagens. Mesmo se o produto vier individualmente em uma caixa ou saco de papel, ele irá para o supermercado agrupado em fardos por uma lâmina de plástico. Apesar de embalagens individuais de ervilhas, café ou açúcar serem tiradas dos fardos e colocadas nas gôndolas para venda por unidade, os rolos de papel higiênico não. Eles permanecem juntos em grandes fardos e acabam sendo o maior volume que levamos para casa.<br />
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Eu, que costumo fazer minhas compras à pé usando um carrinho de feira, sou obrigado sempre a voltar para casa abraçado a um fardo de rolos de papel higiênico que não cabe no carrinho. Se me envergonho de andar pela rua assim? De maneira nenhuma. Morando em apartamento, onde é impossível cultivar bananeiras e não assino nenhum jornal, é o que uso todos os dias, e ninguém deveria se espantar com isso.<br />
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Então quando a possibilidade de crise bate à porta e as pessoas logo pensam em desabastecimento, a corrida é para pegar o produto campeão em volume, pois é o que passa a sensação de estarmos bem abastecidos. Procuramos a embalagem que passe a maior sensação de <i>vaca gorda</i> para um tempo de <i>vacas magras</i>. A alternativa seria comprar saco de ração para cães, que também é volumoso, mas acho que isto ficará para uma segunda fase, quando não encontramos mais alimento para humanos.<br />
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Nosso instinto de sobrevivência nos leva sempre a buscar o maior, o mais volumoso, aquilo que dê aos olhos, antes mesmo que ao estômago, uma maior sensação de saciedade. A isso chamamos de valor percebido pelo cliente, e valor é algo enxergado de diversas maneiras. Na maioria das vezes não se aplica aqui a máxima do <i>"menos é mais"</i>, porque quando a fome bate nosso instinto de sobrevivência nos avisa que <i>"mais é mais"</i>.<br />
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Se você estudou arte — e eu estudei quando fiz Arquitetura — deve se lembrar das mulheres voluptuosas das pinturas de Rubens, que viveu quase quinhentos anos atrás. Na época esse volume nas mulheres que hoje chamaríamos de obesas, era sinal de riqueza e status, como ainda é em algumas ilhas do Pacífico, onde as mulheres são o oposto das modelos de Victoria's Secret. Talvez seja porque lá, como em outras épocas da civilização, calorias não eram baratas e mulheres seriam consideradas insanas se insistissem em perdê-las na academia.<br />
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Karl Marx falava da <i>“mais valia”</i>, ao referir-se ao valor acrescentado pelo trabalho. Não tão sisudo ou famoso quanto o pai do comunismo, meu pai também tinha sua teoria econômica. Batizou de <i>“mais chocolate” </i>sua versão de <i>"mais valia"</i>. À semelhança das grandes teorias econômicas, a sua também explicava o porquê de dois produtos semelhantes, de igual custo de produção e preço, possuírem diferenças na preferência do cliente. Dependendo do público, o volume também podia influenciar na decisão.<br />
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Quando não havia bonequinhos Lego para as crianças brincarem, a preferência delas era por bonequinhos de chocolate, com os quais dava até para brincar um pouco antes de derreterem e serem comidos. Numa época em que ainda não tinham inventado a ideologia de gênero, os bonequinhos vinham em dois modelos: menino e menina.<br />
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A<i>“Teoria Econômica dos Bonequinhos de Chocolate” </i>inventada por meu pai, cujo nome por razões desconhecidas nunca apareceu nos livros de economia, dizia que os fabricantes de bonequinhos de chocolate deveriam produzir sempre mais menininhos do que menininhas. Isso evitaria problemas de excesso de estoque de menininhas nos bares e confeitarias, pois a demanda era desigual. Uma pesquisa teria revelado a razão da preferência das crianças pelos menininhos: vinha com mais chocolate.<br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-41222617604323311902019-10-12T04:59:00.000-03:002019-10-12T04:59:25.979-03:00Prazer, muito prazer! Mario PersonaUltimamente ando observando meu comportamento, minhas atividades e meu humor. Quando é que me sinto bem? Quando é que me sinto mal? Há muitas atividades ou situações que me fazem sentir assim ou assado — andar a cavalo, por exemplo, me faz sentir assado. Mas vou mencionar apenas três coisas que me dão prazer: acordar cedo, falar e escrever.<br />
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<a name='more'></a>A primeira deve ser uma questão de biótipo. Da infância eu me recordo de minha mãe cantando e passando enceradeira às 4 da manhã. Quando atingi a adolescência ela já tinha parado com a enceradeira: estávamos na era do aspirador. Deve ter sido dela que herdei, não o aspirador, mas o bem-estar por acordar de madrugada. Quando acordo tarde fico deprimido.<br />
<br />
A outra atividade que me dá prazer é falar. Adoro ensinar, explicar, palestrar. Quando termino uma palestra ou um treinamento — às vezes falando dois dias seguidos, oito horas por dia — meu corpo está um desastre, mas minha alma está feliz. Sinto um prazer indescritível. Portanto, se quiser me ver feliz, é só me contratar.<br />
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Não sei se somando esta atividade — dar palestras — com a outra — acordar de madrugada — terei prazer dobrado. Nunca testei. Talvez se você marcar seu evento para as quatro da manhã eu vou descobrir. Será que farei a palestra em estado de êxtase, levitando a um palmo do chão? Não sei, me contrate para descobrir. Para seu público, um evento às quatro da manhã seria a palestra de seus sonhos.<br />
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A terceira atividade é escrever. Quando termino uma crônica sinto-me revigorado e rio sozinho das bobagens que escrevo. Falei sobre isso outro dia, sobre os efeitos terapêuticos de escrever, mas foi no sentido de botar para fora seus sentimentos, fazer uma terapia no divã do teclado. Agora descobri que há outra razão para esse prazer, e deve ser a mesma de quando ensino ou dou palestras. Uma razão química.<br />
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Estava lendo<i> "Naked Conversations : How Blogs are Changing the Way Businesses Talk with Customers",</i> por Robert Scoble e Shel Israel, quando decidi dobrar o canto de uma página — existe algum nome para dobrar o canto da página? Sim, eu faço isso, pinto e rabisco o livro quando leio, faço leitura interativa. Se alguém for ler depois? Bem vai ganhar uma versão comentada.<br />
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Mas sobre o que eu estava falando… ah! sim, sobre a página que li. Lá dizia que o Dr. Gregory S. Berns, professor de psiquiatria da Emory University, descobriu que o cérebro responde a diversos estímulos que cutucam o <i>Striatum</i>, um acessório do cérebro que segrega a dopamina. A substância parece ser liberada em doses maiores quando o dono do cérebro pratica atividades como sexo e jogo, gerando prazer e euforia. Drogas como a cocaína impedem que a dopamina saia de cena, prolongando a sensação de euforia.<br />
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Até aí nenhuma novidade. Mas o que chamou a atenção do doutor foi que esse tal de <i>Striatum </i>fica doidão quando a gente ajuda alguém. Isso mesmo, ajudar as pessoas faz o <i>Striatum </i>acordar mais cedo, cantar e ligar a enceradeira para liberar dopamina. Deve ser por isso que me sinto bem escrevendo e ensinando, atividades que, remuneradas ou não, acabam ajudando alguém. O mesmo vale para o trabalho voluntário, a informação dada no trânsito ou o presente que você dá. Em suma: ajudar os outros dá prazer. Muito prazer.<br />
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Quanto? Bem, calcule você. Segundo o livro, quando ajudamos alguém o <i>Striatum </i>libera cinco vezes mais dopamina do que a quantidade normalmente liberada em atividades como sexo e jogo. Cinco vezes mais! Deixa o pessoal da terceira idade saber disso e os bingos vão ficar vazios. A onda vai ser tomar uma colher de altruísmo de meia em meia hora, passar pomada de voluntariado e sair por aí ajudando pessoas para ficar ligadão. E sentir prazer, muito prazer.<br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />
</span> <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-73993375207100725522019-09-11T09:15:00.001-03:002019-09-11T09:15:23.138-03:00Quando a fila andaVocê se lembra do Orkut? Foi o Facebook de há poucos anos e desapareceu. Então acostume-se a ver empresas e empregos desaparecerem a uma velocidade estonteante. Quem aqui já trabalhou numa loja de discos, locadora de vídeos, numa livraria, numa loja de revelação de fotos ou até como jornalista ou gráfico numa empresa de comunicação sabe de que estou falando.<br />
<a name='more'></a><br />
Meu avô fabricava selas e arreios e correu mudar quando viu automóveis sucateando carroças. Passou a fabricar calçados, ao invés de ficar se vitimizando e insistindo que carroças eram mais ambientalmente corretas que automóveis. Os consumidores preferiram o automóvel que, além de outras vantagens, não tinha o escapamento bem na cara do motorista. Pois é, a fila anda meu amigo.<br />
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O <a href="https://www.amazon.com.br/gp/redirect.html?_encoding=UTF8&location=https%3A%2F%2Fwww.primevideo.com%2F%3Fref_%3Dnav_apv&source=standards&token=AAB1AA6E517D3E0BFDFE7939AC0C9961C12CDB4B&_encoding=UTF8&tag=truestorieshisto&linkCode=ur2&linkId=f523655857cd8b33a5cd8b0a59210f46&camp=1789&creative=9325" target="_blank">Amazon Prime</a><img alt="" border="0" height="1" src="https://ir-na.amazon-adsystem.com/e/ir?t=truestorieshisto&l=ur2&o=1" style="border: none !important; margin: 0px !important;" width="1" /> chegou ao Brasil. Eu tinha experimentado uma assinatura anos atrás e cancelei porque o serviço era lento e as opções poucas, comparadas ao Netflix. A questão é que, enquanto Netflix é uma provedora de vídeos streaming o serviço <a href="https://www.amazon.com.br/gp/redirect.html?_encoding=UTF8&location=https%3A%2F%2Fwww.primevideo.com%2F%3Fref_%3Dnav_apv&source=standards&token=AAB1AA6E517D3E0BFDFE7939AC0C9961C12CDB4B&_encoding=UTF8&tag=truestorieshisto&linkCode=ur2&linkId=f523655857cd8b33a5cd8b0a59210f46&camp=1789&creative=9325" target="_blank">Amazon Prime</a><img alt="" border="0" height="1" src="https://ir-na.amazon-adsystem.com/e/ir?t=truestorieshisto&l=ur2&o=1" style="border: none !important; margin: 0px !important;" width="1" /> é outra coisa, além de ser metade do preço comparado ao plano básico da Netflix. Outra coisa? Sim, porque apesar de um catálogo de vídeos menor, dá acesso a música, e-books e games.<br />
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Com o lançamento do <a href="https://www.amazon.com.br/gp/redirect.html?_encoding=UTF8&location=https%3A%2F%2Fwww.primevideo.com%2F%3Fref_%3Dnav_apv&source=standards&token=AAB1AA6E517D3E0BFDFE7939AC0C9961C12CDB4B&_encoding=UTF8&tag=truestorieshisto&linkCode=ur2&linkId=f523655857cd8b33a5cd8b0a59210f46&camp=1789&creative=9325" target="_blank">Amazon Prime</a><img alt="" border="0" height="1" src="https://ir-na.amazon-adsystem.com/e/ir?t=truestorieshisto&l=ur2&o=1" style="border: none !important; margin: 0px !important;" width="1" /> as ações dos grandes varejistas na Web caíram. Ué, mas o que as lojas de comércio eletrônico têm a ver com provedora de vídeos streaming? Simples, os assinantes da Amazon ganham também entrega grátis na compra de produtos do site. Dá para competir? Eu digo que não. Então é melhor já ir se acostumando com as mudanças, porque elas acontecem rapidamente, e muitas delas não têm volta.<br />
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<a href="https://www.amazon.com.br/gp/redirect.html?_encoding=UTF8&location=https%3A%2F%2Fwww.primevideo.com%2F%3Fref_%3Dnav_apv&source=standards&token=AAB1AA6E517D3E0BFDFE7939AC0C9961C12CDB4B&_encoding=UTF8&tag=truestorieshisto&linkCode=ur2&linkId=f523655857cd8b33a5cd8b0a59210f46&camp=1789&creative=9325" target="_blank">Amazon Prime</a><img alt="" border="0" height="1" src="//ir-na.amazon-adsystem.com/e/ir?t=truestorieshisto&l=ur2&o=1" style="border: none !important; margin: 0px !important;" width="1" /><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />
</span> <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-75338129219557622752019-07-18T07:39:00.001-03:002019-07-18T07:39:34.141-03:00Sopa de Letras VirtuaisEscrever um livro. Quem nunca pensou nisso?<i> “Todo homem deveria ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro”</i>, e toda mulher também, , diz um provérbio chinês de autor desconhecido. . Se tivesse escrito um livro, ele não seria um autor desconhecido, mas escreveu só um provérbio. Ainda que tenha plantado uma árvore (mesmo que só cuspindo um caroço) ou multiplicado filhos (lembre-se, ele era chinês, entendia do assunto) faltou o livro para ficar conhecido. Publicar teria garantido publicidade.<br />
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Não me pergunte por que ele não escreveu um livro. Talvez tenha vivido antes da invenção do papel. Ou sofresse de L.E.R., a <i>“Lesão por Esforço Repetitivo”</i>, que aflige tantos digitadores. Algo compreensível para chineses, cujas máquinas de escrever chegavam a ter 5.700 caracteres e um teclado com um metro de largura. Datilografando a onze palavras por minuto, só dava mesmo para escrever um provérbio. E voltar à fisioterapia.<br />
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Com tantas dificuldades encontradas por nosso proverbial amigo, você há de concordar que escrever um livro em português é barbada. E é isto que proponho que você faça. Não precisa ser um clássico, daqueles que todo mundo gostaria de ter lido, mas não de ler. Sugiro que escreva sobre aquilo que você sabe fazer melhor. Não, você não entendeu. Esqueça escrever sobre como ter filhos, qualquer analfabeto conhece a técnica. Esqueça também escrever sobre plantar árvores. Hoje ninguém quer arriscar fazer isso. Se o fiscal do IBAMA pega você com a muda na mão, pode pensar que estava arrancando.<br />
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Escreva um e-book ou livro eletrônico, para distribuir na Web e fazer publicidade de seu negócio. Esqueça o papel. Tudo digital. É mais difícil de ler, mas tem a vantagem de não encalhar nas prateleiras. Para garantir ainda mais, escreva algo sobre o fracasso. Afinal, se um livro sobre fracasso não vender, não terá sido um sucesso?<br />
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Outra dica é escrever livros de autoajuda. Mas sugiro que crie um site bem complicado para distribuí-lo. Faça uma página bem pesada, que demore um século para carregar e exija um plug-in de travar o micro; esconda o botão <i>“Comprar”</i> e no formulário de pedido exija a data de nascimento, RG e CPF da avó de sua sogra. Dificulte ao máximo, assim se o cliente conseguir encontrar sozinho seu livro de autoajuda é provável que já não vá precisar dele.<br />
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Mas não falo de livros para vender, e sim para se promover. O custo de produção de um livro eletrônico é praticamente zero, portanto tempo é tudo o que você precisa investir. Se não tiver tempo, sugiro que comece lendo um livro sobre administração do tempo, que é o que pretendo fazer assim que sobrar um tempinho.<br />
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Se decidir escrever, escolha um tema, divida-o em tópicos e preencha as lacunas com informação útil. Se faltar talento, contrate alguém para ajudar. É o que fazem os artistas: contratam um <i>ghostwriter</i>, ou <i>“escritor fantasma”,</i> para escrever suas biografias, sejam elas autorizadas ou não. <i>Ghostwriters </i>escrevem autobiografias para os outros, mesmo depois de mortos. Mas não se assuste. Um <i>ghostwriter </i>é mais vivo do que você pensa.<br />
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Lembre-se de colocar uma bela propaganda logo na primeira página. Depois você pode converter seu texto para o formato PDF, e-Pub ou Mobi, que são formatos “fechados”, e disponibilizá-lo para download grátis em algum site na Web. Em pouco tempo você terá muita gente pegando seu livro e enviando para amigos nas redes sociais ou por e-mail, os quais talvez só leiam a primeira página. Mas não foi nela que você colocou sua propaganda? Missão cumprida, então!<br />
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Se as pessoas irão ler seu livro, é outra história. A maioria não lê o que pega na Internet, e só pega para mandar para os amigos. Até George W. Bush, confessou: <i>“Não leio livros, mas tenho amigos que leem”</i>. Então pense nos amigos que enviam para outros amigos, e crie uma resenha do assunto logo no início. Muitos só leem as resenhas e <i>“orelhas” </i>dos livros, pois ali está tudo o que alguém precisa saber para se fazer passar por intelectual.<br />
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Finalmente, não se esqueça de fazer uma dedicatória. Dedique seu livro a mim, que dei estas dicas. Ou à sua esposa, como fez Albert Malvino, autor de livros de eletrônica:<i> “Este livro é dedicado à minha brilhante e maravilhosa esposa, sem a qual eu não seria nada. Ela sempre me conforta e consola, nunca reclama ou interfere, nunca pede coisa alguma e suporta tudo. Ela também escreve minhas dedicatórias.”.</i><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-11906879192519374272019-07-17T07:03:00.001-03:002019-07-17T07:03:37.578-03:00As séries que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá - Mario PersonaQuer aprender a pensar fora da caixa e desenvolver a criatividade? Então esteja disposto a sair fora da caixa, a fugir do lugar comum, driblar velhos hábitos, caminhar no caminho incerto. Nosso cérebro é energeticamente correto no que se refere a economizar, mas isso nos priva de desenvolver novas sinapses, tão vitais à criatividade.<br />
<a name='more'></a><br />
O cérebro é o órgão que mais consome energia, não só para pensar, mas também para controlar o que acontece da ponta do dedão do pé ao cocuruto. Como um pai <i>mão de vaca</i>, que nunca leva seus filhos passear, seu cérebro também evita viajar de <i>“Hellman’s Airlines”</i>, fazendo você sentir-se confortável na velha poltrona da rotina diária.<br />
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Sugestão: procure fazer coisas diferentes ou de outra forma. Já usou o relógio no outro pulso? Que tal vestir a camisa fora da calça, se você for da Terceira Idade? Escovar os dentes com a outra mão também ajuda, se não enfiar a escova no olho. Se navegar seu mouse com a outra mão seu corpo navegará junto, mas só no começo. Depois seu GPS cerebral criará novas rotas para sua mão.<br />
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Sair da rotina ajuda a reduzir o estresse. Lembra de como os dias na infância eram longos? Não eram, você é que passava mais tempo descobrindo coisas novas e no final sentia-se realizado. Hoje o relógio dá seis da tarde e você está frustrado, achando que não fez nada o dia inteiro. Fez sim, mas só coisas de rotina que seu cérebro trazia gravadas para você fazer sem pensar nem inovar.<br />
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O segredo é mudar, não tão radicalmente quanto comer pizza doce. Comece com algo mais leve, tipo uma série fora das habituais norte-americanas. Já viu uma da Islândia? Então se agasalhe e veja <i>“Trapped”</i> com Jóhann Jóhannsson e Hildur Guðnadóttir. Não é palavrão, é o nome dos artistas. Mais fora da caixa? Que tal a turca <i>“Ressurrection”</i> ou<i> “O grande guerreiro otomano”</i> ou <i>“Diriliş: Ertuğrul”</i> (sei lá, cada país tem um nome). Estava vendo mas fiquei preocupado de não terminar por causa da idade. São cinco temporadas com mais de setenta episódios cada! <br />
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Ela conta a história do Império Otomano, mas parei na segunda temporada antes que a série me convertesse ao islamismo. Como acontece também com séries do extremo oriente, tudo é em câmera lenta. Um personagem fica olhando meia hora para o outro antes de dizer alguma coisa. Dá para ver o capim crescer. No início de cada episódio tem um aviso de que nenhum animal foi ferido nas filmagens, mas o mesmo não se pode dizer de esgotamento físico. Metade do episódio os atores passam galopando. Imagino que deviam estar com assaduras no final da série.<br />
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Compare a americana <i>“Designated Survivor”</i> com sua clone coreana <i>“Designated Survivor - 60 days”</i>. Na americana tudo é muito rápido. Kiefer Sutherland continua ofegante, mesmo ele não sendo mais o <i>Jack Bauer</i> de <i>“24 Hours”,</i> com seu celular que nunca precisa recarregar. Na versão coreana, Ji Jin‑hee, no papel de Park Mu‑jin, precisa decidir se vai ou não declarar guerra à Coreia do Norte, quando os aviões inimigos já estão no ar. Deu vontade de me levantar para dar um tapa na TV que parecia travada. O cara não está decidindo o futuro da humanidade, ele está meditando. Zen demais.<br />
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Séries coreanas me deixam intrigado. Estou vendo uma envolvendo política, corrupção e sistema judiciário. Não, eu não estou assistindo <i>TV Justiça, TV Câmara </i>ou <i>TV Senado</i>. O nome é <i>"Stranger"</i>, ou <i>"Secret Forest"</i>, e é interessante ver a diferença nos costumes. Por conta de um recente problema em meu nervo ciático, até arrepio cada vez que um personagem cumprimenta o outro dobrando o corpo sem flexionar os joelhos. Será que essas dúzias de flexões diárias é que deixam os coreanos tão magrinhos? E olha que nas cenas de restaurante todos comem de generosas tigelas de macarrão! Só se eles perdem metade comendo com dois pauzinhos.<br />
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O idioma é muito estranho. O cara pronuncia uma sílaba e a legenda traduzida enche a tela com uma sentença. Aí ele fala uma longa sentença e a legenda diz <i>"Oi”</i>. Já desisti de guardar nomes. Em series inglesas eu sei que John é homem e Mary mulher. Mas como decifrar o gênero dos nomes coreanos? <i>Hwang Shi-mok, Han Yeo-jin, Lee Chang-joon, Young Eun-soo, Yoon Se-won, Kang Won-chul</i>... Se adivinhar quem é homem e quem é mulher você ganha uma garrafa de <i>Soju</i>, que até passarinho coreano bebe.<br />
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Outra dificuldade para ocidentais como eu é distinguir pessoas. As adolescentes brasileiras sabem de cor os nomes dos meninos de bandas K-pop, mas nunca sei se eles são vários ou é defeito em meus óculos. Na série, quando um usa óculos e outro não, eu sei quem é quem. Consigo identificar duas mulheres quando uma tem cabelo comprido e outra curto, mas se entra uma terceira eu me confundo. Eles poderiam ter economizado usando o mesmo artista em todos os papéis que eu nem iria perceber.<br />
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Não estou sendo racista, pois a mesma dificuldade que eu, ocidental, tenho em distinguir fisionomias orientais, eles têm com ocidentais. Uma pesquisa mostrou que um japonês que vai à Alemanha pela primeira vez acaba achando que alemães são todos parecidos. Viu um, viu todos. Um negro consegue distinguir melhor que um branco as diferentes variações entre povos africanos, pois não são todos iguais. E entre povos orientais eles sabem quem é japonês, chinês, coreano ou tibetano, coisa que nunca sei. Vá para a Índia e você irá achar que são todos iguais, mas não são.<br />
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Quando a série for coreana ou chinesa ou árabe ou russa ou islandesa ou de qualquer outro povo com nomes muito diferentes dos nossos, vou sugerir à Netflix duas coisas. Primeiro, que não apenas coloque legendas, mas que obrigue os artistas a usarem crachá. Segundo, que na legenda coloque os nomes dos personagens em azul ou rosa.<br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-32355635140182029752019-07-16T07:19:00.000-03:002020-05-05T16:22:30.732-03:00Hollywood de bolso - Mario PersonaOntem comprei um pente de memória de 8Gb, não para mim, embora esteja precisando, não só de memória, mas de Inteligência Artificial, porque a natural está no gargalo. Você pergunta quando foi que comecei a ter esse problema? Que problema? Ok, deixando a piada velha para lá, a memória é para meu PC desktop fazer companhia aos dois de 4Gb que já estavam lá desde 2014 quando comprei esse computador.<br />
<a name='more'></a><br />
Sim, eu sei que não devo misturar pentes diferentes, de velocidades diferentes etc. e tal, e talvez eles não estejam se dando muito bem, porque a placa mãe nivela a velocidade pelos pentes mais antigos, de 4Gb. Ao menos é o que os entendidos dizem, porém aumentei para 16Gb de memória para ver se meu PC parava de desligar na hora de editar vídeos. Nos testes ele se comportou bem, mas talvez o desligamento automático seja mais em função da alta temperatura quando tem muitos programas abertos.<br />
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Apesar da insistência de alguns para eu borrifar Baygon no bolso para matar o escorpião, e comprar um desktop de última geração, resisto porque já tenho muitos computadores em casa. Além do desktop, que só uso para vídeos, tenho um notebook para trabalhar e um mini para viajar, além de um velho que às vezes conecto na TV.<br />
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Meu notebook de 6gb poderia muito bem ser usado para edição, e até comprei uma licença do programa de edição de vídeos para ele. Só não uso porque o desktop tem 1 Tb de Hd e sobra espaço para os vídeos. Hoje acho que vou levar meu desktop ali na esquina para a loja dar um banho nele, tirar a poeira, trocar a pasta antitérmica do processador e matar aranhas, baratas e escorpiões que estejam morando num apartamento de sua torre. Isso deve ajudar.<br />
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Mas meu assunto aqui é que pretendo deixar de lado a edição de vídeos em computador e montar um esquema para usar só o smartphone. Hoje o smartphone faz tudo que preciso, e até mais rápido, pois o processamento não é nele, mas na nuvem. Um dia quis fazer algo com um vídeo e não consegui em nenhum de meus computadores, que começavam a transpirar e ameaçavam me processar por trabalho escravo. Então baixei um app no celular e ele fez a tarefa com os pés nas costas (se é que celular tem costas).<br />
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A tendência é essa, tudo vai para aquilo que fica cada vez mais <i>smart </i>e menos <i>phone</i>. O Youtube já começa a oferecer ferramentas de edição e como em meus vídeos eu não preciso de grandes efeitos, se consigo gravar minha fala já fica de bom tamanho. Além disso percebo um grande interesse quando o vídeo é de improviso e ao vivo, o que talvez eu faça com maior frequência.<br />
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Caso você ainda não saiba, sou um dos dinossauros do Youtube e fui até convidado para conhecer o Chad Hurley quando veio ao Brasil anos atrás para uma reunião com os principais YouTubers da época, eu inclusive. Tente imaginar uma sala cheia de adolescentes de bermudas e um avô grisalho de terno e gravata. Esse cara era eu.<br />
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Hoje não sou mais o que era, porque tem muita gente boa produzindo vídeos, mas já acrescentei ao meu currículo o título de <i>"Influenciador Digital"</i>. Meu primeiro canal, a "<a href="http://www.youtube.com/tvbarbante" target="_blank">TVBarbante</a>", com vídeos de carreira e negócios, estacionou nos 26,5 mil inscritos com pouco mais de uma centena de vídeos. Tenho produzido pouco ali porque à medida que a idade avança sinto mais prazer em comentar das coisas do lugar onde vou morar do que do mundo onde moro provisório. Por isso meus outros dois canais falam do céu, "<a href="http://www.youtube.com/mp3minutos" target="_blank">O Evangelho em 3 Minutos</a>", com 65 mil assinantes e quase mil vídeos, e "<a href="http://www.youtube.com/respondidas" target="_blank">O que respondi</a>", com 360 mil assinantes e quase dois mil vídeos.<br />
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Mas não pense que aposentar meu velho PC desktop seria um passo atrás na evolução de meu "estúdio doméstico". Existem hoje muitos canais caseiros feitos só com celular e com grande audiência. A propósito, o filme do link a seguir abaixo foi premiado várias vezes apesar de ter sido inteiramente filmado e editado num iPhone. Aí você vai dizer que eu tenho Android e então preciso comprar um iPhone, certo? Tá, vá dizer isso para meu escorpião no bolso...<br />
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Visite o site: <a href="http://thecellphonemovie.com/I_Play_With_The_Phrase_Each_Other.html">http://thecellphonemovie.com/I_Play_With_The_Phrase_Each_Other.html</a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-44166039437474793012019-05-25T08:28:00.000-03:002019-05-25T08:28:35.020-03:00Como fui curado de meu vegetarianismoTalvez você não saiba, mas nos tempos de faculdade me tornei macrobiótico vegetariano, e isso durou uns três anos. Começou com preocupação com a saúde, por não aguentar mais comer comida barata de boteco que estava fazendo eu perder o cabelo, e logo passou para a fase ideológica, antes de atingir a fase radical. Sim, já fui um promotor fanático da dieta.<br />
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<a name='more'></a>Então minha ideologia de vida alternativa levou-me a morar no mato no interior de Goiás, onde lecionava numa escola de ensino médio. Lá fui curado de meu vegetarianismo ideológico, não por opção, mas por necessidade e imposição, antes mesmo de ver os efeitos da subnutrição aguda numa criança filha de alternativos vegetarianos como eu.<br />
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É fácil ser vegetariano e comer só pão integral na cidade grande, mas numa época quando você só encontrava grãos integrais se conhecesse o dono de algum moinho, tudo era mais complicado. Vegetais? Frutas? Legumes? Bem, lá não tinha um varejão na esquina para comprar essas coisas. Era possível encontrar alguma abóbora, banana, mandioca ou o que sobrasse do plantio de alguém para consumo próprio. Além disso, tinha o período das chuvas, quando a verdura <i>"melava"</i> e a galinha não botava. Uma vez por semana um caminhão parava na rua principal trazendo legumes de Brasília, mas era só.<br />
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Por absoluta falta de opção minha transição dietética e busca por proteína começou com sardinha em lata até eu sentir um aperto no estômago. Um dia ganhei linguiça caseira de uma aluna e saltei do peixe para a outra carne branca: a de porco. Achei que seria uma desfeita recusar um presente dado com tanto carinho, e enquanto sentia o aroma da fritura tive a certeza de que seria um caminho sem volta.<br />
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Carne fresca tinha uma ou duas vezes por semana. Você já comeu carne fresca? Eu pensei que tinha comido, mas na época o açougue de lá era só um balcão com uma balança daquelas de pendurar. A carne ficava exposta, pendurada em ganchos. Quem falou em refrigeração? Só tinha no inverno. Atrás do açougue ficavam os varais, que você nunca deve ter pensado ser uma palavra que vem mesmo de varas. Aquelas varas ali não eram para pendurar roupa, mas boi fatiado para produzir carne de sol. Além de formarem um movimentado aeroporto de varejeiras.<br />
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Então para ter carne fresca era preciso ficar sintonizado na Rádio Peão, que avisava que um boi ou porco passaria desta para uma melhor, para a panela, quero dizer. Aí corríamos todos para debaixo de uma árvore onde já estava o porco ou o boi amarrado, orgulhoso de ter atraído tamanha plateia. Primeiro vinha uma marretada na testa (frigoríficos usam marreta hidráulica ou choque elétrico). Depois a facada no sovaco do animal para chegar (acho eu) ao coração. O sangue vinha em seguida, em esguichos ritmados.<br />
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Em seguida as patas traseiras eram amarradas e o animal erguido numa corda por uma roldana pendurada na árvore e era aí que todos ajudavam a puxar para abrir o apetite. A sangria, que nada tinha a ver com vinho, era recolhida num balde para fazer chouriço. Enquanto isso o açougueiro esfolava, isto é, tirava o couro. Vigília em volta do corpo atraía gente de todo canto, cada um com uma vasilha para levar a carne. Às vezes eu escutava a notícia na rua e, para não perder o melhor naco, nem ia buscar vasilha, levava só meu indicador.<br />
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Você nunca comprou carne com o indicador? Primeiro eu apontava:<i> "Aquele pedaço ali"</i>, depois usava o indicador para contar o dinheiro com a ajuda do polegar. Aí o açougueiro fazia um furo na carne, eu enfiava o indicador e caminha de volta para casa seguido de cãezinhos balançando a cauda e lambendo o sangue que pingava pelas ruas. Nesse tempo eu já tinha desistido do mato, onde morei por um ano e meio, e ido morar na cidade.<br />
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Espere, não terminei ainda: Eu falei em carne fresca, não falei? Quando chegava em casa o grande naco de carne era colocado sobre a pia e eu ficava assistindo os estertores da morte nos movimentos involuntários. Quando a carne parava de tremer era hora de ser cortada em bifes. Sim, carne verdadeiramente fresca não fica extática absorta em seu momento post-mortem, e nem é estática como falamos da rigidez cadavérica do <i>rigor mortis</i>. Carne fresca é dinâmica, curte um agito.<br />
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Mas e se eu não escutasse o aviso da Rádio Peão? Aí o jeito era me contentar com as pelancas que sobravam ou, em último caso, comprar a carne de sol do boi que morreu no particípio passado. Esta eu precisava saber limpar antes de cozinhar. Não que ela viesse suja para ser lavada ou com muita gordura para ser podada, mas também não vinha embalada a vácuo em plástico transparente e cheia de corante para ficar vermelha. Carne seca natural é escura, e era preciso antes passar a lâmina da faca de um lado e do outro para raspar o sal e as larvas das moscas, que aproveitavam a carne ao sol para berçário de suas proles. Era só bater a carne na pia para as larvinhas colocarem a cabeça para fora para saber o que estava acontecendo e...<i> Vupt-Vapt!</i><br />
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Acha que a conversa está nojenta demais para antes do almoço? Então é hora de aprender que a larva de mosca sempre foi usada na medicina para comer carne putrefata de ferimentos e evitar gangrena. Larvas já salvaram muita gente da amputação, e só foram deixadas de lado com o advento da penicilina e outros antibióticos depois da Primeira Grande Guerra. Mas agora agora voltam à baila — e larvas bailam mesmo! — às vezes com resultados melhores que os dos antibióticos. Num site encontrei esta explicação para a <i>terapia larval</i> ou <i>Larvo terapia</i>:<br />
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<i>"As larvas agem na ferida por meio de quatro mecanismos: removem o tecido necrosado (morto), rompem o biofilme bacteriano (uma comunidade de microrganismos extremamente organizada que interfere muito no processo de reparação da ulceração), promovem o crescimento de tecido sadio e eliminam bactérias que causam a infecção.".</i><br />
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Isso é bom demais, não concorda? Então quando aquela bela varejeira verde passar voando por você, não fique indignado. Uma ancestral dela pode ter salvo um ancestral seu da necrose causada por algum ferimento grave. E um dia uma descendente dela pode salvar você ou um descendente seu.<br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-71173543260194443822019-04-24T08:57:00.000-03:002019-04-24T08:57:21.169-03:00"Hello, Houston... ready for going home!"Originalidade não tem preço. E às vezes não tem custo também, quando acompanhada de criatividade e inovação. Tem muito profissional por aí querendo ser a última bolacha do pacote ao tentar imitar grandes empresas, se espelhar em grandes personagens da vida empresarial ou se municiar de mais diplomas do que a parede do escritório pode aguentar Tudo muito bom, tudo muito válido, mas tudo muito inútil se não existir inovação, criatividade e singularidade da imagem e da proposta. Todos os expoentes do mundo dos negócios chegaram ali porque um dia foram diferentes, pensaram criativamente e correram riscos ao saírem fora da zona de conforto e segurança do status quo vigente.<br />
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<a name='more'></a>No estande de nossa escola o clima era de desolação. Competição desleal, desigual, do outro mundo. Quem iria ligar para as toscas experiências de alguns ginasiais quando podia encher os olhos com a maior atração da feira e de toda uma época? Ao lado do estande da escola, a exposição do consulado norte-americano orgulhosamente apresentava um exemplar de pedra da Lua, trazida pelos astronautas da Apollo na volta para casa.<br />
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Era o início da década de setenta e estávamos numa feira científica e industrial em minha cidade. Com a euforia causada pela conquista da Lua, nossos tubos de ensaio e experiências elétricas com lâmpadas e pilhas de lanterna compradas no armazém da esquina não eram páreo para a pedrinha negra, que viajou quase meio milhão de quilômetros ao custo de bilhões de dólares gastos com a corrida espacial. <br />
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A enorme fila de curiosos refletia no vidro à prova de balas que protegia a pedra, cercada por policiais fortemente armados. Com tanto dinheiro, organização e poder envolvidos, quem iria se interessar pelas soluções caseiras de meia dúzia de alunos de uma escola do interior?<br />
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A ideia de que o caseiro é sinônimo de inferior sempre esteve arraigada em nossa mente. Até a goiabada marca <i>"Peixe"</i> que comi nos EUA pareceu mais gostosa, só porque lá era importada. Isso está mudando. Começamos a buscar por exclusividade, saúde e qualidade de vida. Aí o <i>"feito à mão"</i>, a <i>"comida caseira"</i> e a "pamonha fresquinha de Piracicaba, feita com o puro creme do milho" viram slogans de confiança por conta da proximidade e familiaridade.<br />
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Mas a desconfiança ainda existe quando o assunto é serviço profissional. Uma amiga arquiteta se queixa de oportunidades perdidas quando os clientes descobrem que seu escritório é em casa. Um amigo, consultor, acha que perderá seus clientes, se fechar a sala comercial, que vive fechada e nunca recebeu ninguém, para partir para o modo home-office. Será preconceito?<br />
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Quando produtividade, otimização de recursos e qualidade de vida passaram a fazer parte do vocabulário empresarial, muitos começaram a enxergar o teletrabalho como uma opção inteligente. É claro que há profissões que não devem ser exercidas no lar. Carcereiro, por exemplo.<br />
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De um modo ou de outro, hoje todo mundo já faz ao menos parte de seu trabalho em casa, quando leva algum relatório para ler ou uma proposta para digitar. Com o e-mail, até esse leva-e-traz empresa-casa-empresa ficou virtual. É o tele do trabalho.<br />
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O home-office ganha prestígio na mente de pessoas e empresas que descobrem que é uma alternativa inteligente — dá melhores resultados com um gasto menor de tempo e dinheiro. Nos Estados Unidos e Europa a prática é prestigiada e bastante difundida. Por aqui, o noticiário tem se ocupado mais com o <i>jail office</i>, a modalidade de <i>home-office</i> que permite controlar toda uma organização a partir de uma cela comum de presídio.<br />
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Quando passei a me dedicar ao meu próprio negócio de consultoria, palestras e treinamentos a primeira providência foi alugar um escritório. Mas continuei trabalhando em casa e meses depois ainda não tinha arranjado nem o tempo e nem a vontade para mudar. Paguei a multa na imobiliária, devolvi as chaves do imóvel e continuei em meu bem montado <i>home-office.</i><br />
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Para quem viaja, não faz muita diferença. Com meu notebook, celular e Internet, transformo o quarto de hotel em escritório. Os clientes chegam via Internet e se comunicam por email ou por telefone, cujo atendimento é terceirizado e minha secretária me encontra onde quer que eu esteja. Para todos os efeitos, trabalho sempre na sala virtual ao lado.<br />
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É claro que algumas pessoas continuarão avaliando o profissional e seus serviços mais pelo montante investido em instalações do que pela capacidade craniana de suas ações. Geralmente são pessoas resistentes às inovações, que ainda enviam e-mail por fax. Ou pensam que trabalhar em casa é só para quem está mais apertado do que São Jorge em lua minguante.<br />
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Mas, o que diferencia um negócio hoje — principalmente serviços profissionais — é a inteligência e a criatividade, que conseguem otimizar processos e fazer aquilo que a sabedoria popular diz da farinha de mandioca, campeã do Fome Zero:<br />
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<div style="text-align: center;">
<i>"Esfria o quente, aumenta o pouco, </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Engana a fome da gente e enche a barriga do caboclo."</i></div>
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Foi também com inteligência e criatividade que os alunos daquela escola de interior conseguiram roubar a atenção e deixar a pedra lunar em segundo lugar na preferência popular.<br />
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Do lado de fora da exposição, trabalhadores abriam um buraco na rua pavimentada de velhos paralelepípedos, quando um aluno tropeçou na pedra solta de uma ideia genial. Ele correu de volta para o estande levando o paralelepípedo que foi logo colocado dentro de uma grande caixa de papelão. Revestida de papel alumínio, e apenas com um furo do tamanho de uma moeda, aquela se transformou na principal atração do recinto. A fila para espiar pelo buraquinho ultrapassou a fila da pedra da Lua.<br />
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Quem olhava pelo orifício via apenas um grande paralelepípedo iluminado por uma luz verde, mas saía satisfeito e rindo. O segredo do sucesso ficava por conta do cartaz colocado sobre a caixa, que dizia em letras trêmulas:<b> "PEDLA DA LUA DO CEBOLINHA"</b>.<br />
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<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><a href="https://clubedeautores.com.br/livro/marketing-de-gente" target="_blank">Esta crônica faz parte do livro "Marketing de Gente" de Mario Persona</a></span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-83216004193580250472019-04-23T10:01:00.002-03:002019-04-23T11:09:18.185-03:00Eu conspiro, tu conspiras, eles acreditam.Se eu recebesse um real para cada vez que digo "A TERRA É REDONDA" ou "O HOMEM FOI À LUA" estaria rico. É que sempre que publico algo assim nas redes sociais recebo uma enxurrada de mensagens de pessoas querendo me corrigir, algumas educadamente como quem fala com um doente mental que não deve ser contrariado, outras iradas me esconjurando e amaldiçoando, como se eu fizesse parte de alguma seita diabólica. Ou de uma conspiração dos que são contra as teorias conspiratórias<br />
<a name='more'></a><br />
Em uma entrevista que assisti um cientista comentou que as pessoas que acreditam em teorias conspiratórias foram educadas num sistema de ensino fast-food, tipo comida pronta, e ficaram preguiçosas demais para pesquisar. Então engolem qualquer coisa que jogam em suas bocas, sem mastigar, porque foram condicionadas a fazer provas de múltipla escolha nas quais basta polvilhar um punhado de "X" e, com sorte, ser aprovado.<br />
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Já visitei a NASA, as plataformas de lançamentos na Flórida, morei na casa do engenheiro que projetou as baterias do Projeto Apollo, li muito a respeito de astronáutica, estudei navegação aérea para tirar brevê de piloto e tomei muito caldo de galinha com bom senso, que minha mãe fazia. Por isso sei que a teoria mais conspiratória de todas seria fazer acreditar que dezenas de governos e milhares de pessoas combinaram e investiram bilhões só para pessoas acreditarem que viagens espaciais são um trabalho de CGI ou imagens geradas por computador.<br />
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Existe uma tendência de julgarmos as coisas pela tecnologia que conhecemos, daí essa incredulidade toda de se achar que tenhamos sido enganados por manipulações de imagens e filmagens de maquetes, para o caso do pouso na Lua, por exemplo. Você já viu filmes de ficção científica das décadas anteriores ao computador? Então deve saber que seria impossível criar filmes e fotos com a qualidade do que é feito hoje no computador. Mas, é claro, existe 2001 Space Odyssey, de Stephen Kubrick, feito um ano antes do pouso na Lua e as teorias dizem que Stanley Kubrick teria sido contratado para filmar um pouso falso. O melhor é deixar <a href="https://twitter.com/ViKu1111/status/750231247994155009" target="_blank">Vivian Kubrick</a>, filha do cineasta, responder como fez em seu Twitter, chamando essa teoria de MENTIRA GROTESCA:<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsLmRQN5gLyYagMoSbGPCrtQ8hEc39JjTu4JvMMVqJKRbPlU24VqBQpdnDe9nixarlCNMmYA52GoKiWR_sxyl3RNSNhNMgYQk6g_apGxWW62M6aMVHZYjVcO21KHGGHGoxznzH/s1600/vivian-kubrick.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="994" data-original-width="742" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsLmRQN5gLyYagMoSbGPCrtQ8hEc39JjTu4JvMMVqJKRbPlU24VqBQpdnDe9nixarlCNMmYA52GoKiWR_sxyl3RNSNhNMgYQk6g_apGxWW62M6aMVHZYjVcO21KHGGHGoxznzH/s640/vivian-kubrick.jpg" width="476" /></a></div>
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Não é só a NASA, mas centenas de empresas que estão envolvidas com viagens espaciais. Na <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_landings_on_extraterrestrial_bodies" target="_blank">Wikipedia</a> você encontra uma lista das sondas e espaçonaves que já pousaram em planetas, luas e meteoros. Não só da NASA, mas soviéticas, britânicas, japonesas, chinesas, israelenses, indianas e conjuntas, como as da <i>European Space Agency</i>. A lista inclui apenas as que pousaram ou bateram de propósito, mas não as que falharam ao pousar, como a sonda israelense que tentou pousar na Lua e caiu. Esse número tende a aumentar com o ingresso da iniciativa privada nessa corrida. Pesquise por "List of private spaceflight companies" e a Wikipedia vai mostrar quanta gente estaria supostamente fazendo de conta que trabalha em lançamentos e veículos espaciais.<br />
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Mesmo com tantas fontes para se pesquisar tem gente que prefere acreditar numa teoria conspiratória criada por algum adolescente que mora com a mãe e aplica photoshop em fotos que encontra na Web. Onde ficam o bom senso e os volumes de pesquisa e desenvolvimento, inclusive de países que eram inimigos entre si e jamais iriam "combinar" uma falsa ida ao espaço? Se todo o material existente sobre o assunto não convencer posso passar a receita da canja de galinha com bom senso que minha mãe me fazia tomar.<br />
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Mas vi uma teoria conspiratória que quase me convenceu: a de que existiriam pessoas e agências (tipo CIA) criando teorias conspiratórias ou <i>fake-news</i> só para estudarem sua proliferação e usarem isso em espionagem e política para manipular multidões. Esta sim faz sentido. É o que no mundo da espionagem é chamado de <i>"desinformação"</i>, quando notícias falsas são divulgadas misturadas a fatos verdadeiros e depois observado seu impacto na sociedade e a capacidade que existe de manipulação de mentes. <br />
<br />
Acho que já deu para perceber que fake-news e teorias conspiratórias são armas potentes quando se sabe usá-las para ganhar eleições ou destruir reputações de pessoas e produtos. Não seja mais um inocente útil nas mãos dos verdadeiros manipuladores, pois tem muita gente por aí querendo que você acredite em qualquer coisa. Até naquela mensagem da menininha doente que vai ganhar dinheiro da Microsoft se você curtir ou compartilhar.<br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-62033170264681273632019-01-31T15:57:00.001-02:002019-01-31T15:57:30.739-02:00Nem tudo que reluz é ouroJOVEM UNIVERSITÁRIO, dezenove anos, simpático, condução própria, procura garota para relacionamento afetivo. Eu me sentia assim, quando o recepcionista do <i>Casa Grande Hotel</i>, no Guarujá, abriu a porta de meu Corcel 74 para eu descer. A garota, colega de faculdade que passava as férias na mesma cidade, estava hospedada ali e aceitara meu convite para uma tarde juntos. Meu sonho se transformava em realidade.<br />
<a name='more'></a><br />
Nem bem a recepção anunciara minha chegada, vi um membro da tropa de batedores marchando em minha direção. Era a mãe da garota, vindo fazer o reconhecimento do terreno. Logo percebi que nem a minha melhor calça boca-de-sino, e nem camisa justa ou o meio tubo de desodorante que gastei, iriam ajudar naquele momento. O negócio era apelar.<br />
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<i>— Qual o seu nome? — </i>começou o interrogatório.<br />
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<i>— Mario Buzolin — </i>respondi, limitando-me ao meu sobrenome do meio e fazendo cara de quem perguntava se tinha sido aprovado. Eu sabia que eles eram judeus e achei que a terminação <i>“in”</i> do sobrenome materno poderia soar mais familiar naquela hora do quebra-gelo. Felizmente a garota chegou antes da próxima pergunta. Teria ficado evidente que meu estratagema de tentar parecer o que não era tinha a solidez de uma geleia. O <i>“Buzolin”</i> de meu sobrenome não passava de um sobrenome italiano cujo <i>“i”</i> do final deve ter caído de algum ramo da árvore genealógica.<br />
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Empresas também costumam usar de estratagemas para parecerem o que não são, e a tecnologia tem ajudado. Antigamente era preciso investimento para se criar uma imagem respeitável. Sede própria, catálogos impressos, telefonistas, assessoria de imprensa, publicidade. Ficar conhecido no bairro já custava caro. Visto no mundo, impensável.<br />
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E hoje? Bem, com a tecnologia da informação ficou fácil trabalhar em casa. Qualquer um pode imprimir catálogos com qualidade fotográfica, ter uma telefonista digital, fachada na Internet e recursos de comunicação para falar até com Marte se lá tiver alguém para atender. Com pouco investimento é possível criar uma empresa que é um sonho. Literalmente falando. Ou um pesadelo, realmente falando.<br />
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Se por um lado a tecnologia esticou a perna dos negócios, por outro ela também encurtou a perna da mentira. Mentira agora tem a perna mais curta ainda. Por sua vez, os clientes têm igual poder tecnológico para recomendar ou arrasar, só que multiplicado pelo número dos que são ludibriados, infinitamente maior do que o das empresas que ludibriam.<br />
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Credibilidade é fruto de habilidade edificada sobre o alicerce da verdade. Quando visito um cliente, quero conhecer que lastro de realidade existe por trás de sua capacidade. Meu avô já dizia que nem tudo que reluz é ouro e nem todo sapato é de couro. Se eu não ficar convencido, será que consigo convencer alguém com a estratégia de comunicação que ele quer contratar?<br />
<br />
Consigo, mas não devo. Quando jovem, trabalhei em vendas para uma empresa cujo catálogo estava visivelmente ultrapassado. As fotos eram de pessoas da década de quarenta, mas a empresa não era tão velha assim. Descobri depois que era tudo forjado, até a foto da fábrica, que nunca existiu. Solidez e tradição, só mesmo na aparência dos impressos.<br />
<br />
Alguém poderia chamar isso de marketing, mas não é. O verdadeiro marketing procura dourar, não a pílula da ilusão, mas os resultados de uma solução. É todo um processo que visa criar valor para o cliente. Em minha profissão corro esse risco de parecer o que não sou. Por me valer das letras, da oratória e da tecnologia da informação, há quem pense que sei mais do que conheço. A tentação de me deixar embalar nesse regaço é grande, e às vezes me pego cofiando a barba de uma sabedoria emprestada. Como a barba do irmão daquela garota.<br />
<br />
Pois é, além da mãe, ela tinha um irmão. Garotas despojadas de acessórios e vínculos você só encontra no cinema. Na vida real elas saem de fábrica com sogras, irmãos e cunhados. E foi na fila do cinema que eu e a garota acabamos encontrando seu irmão, o jovem que eu sonhava ter como cunhado. Ele estava ali tentando entrar para assistir um filme proibido para menores. Sim, ele era menor.<br />
<br />
Tão menor, que parecia precoce com aquela barba por fazer, cujos pelos, quando vistos de perto, pareciam ter crescido nas mais impossíveis direções. A irmã não quis se privar do prazer de me contar qual era o estratagema do garoto. Sua barba era, na verdade, uma mistura de cola e pó de barba retirado do barbeador do pai. Segundo o garoto, entrar no cinema com aquele disfarce era uma barbada. Acreditei.<br />
<br />
E você, acreditaria se eu dissesse que a garota estava apaixonada? Estava. Ela transpirava isso por todos os poros. Seus olhos verdes brilhavam com o colírio da emoção. Sua pele, qual nuvem flagrada por tentar esconder o sol da paixão, denunciava um rubor só comparado à cor ruiva artificial de seus cabelos. E quando falava... Ah! Faltam-me palavras para descrever.<br />
<br />
Talvez porque falar tenha sido o que ela mais fez. O tempo todo que esteve comigo ela só ficou falando de um tal fulano que conhecera uns dias antes e a pedira em namoro. O que eu achava? Sugeri que aceitasse. Devia ser um cara legal.<br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<br /> <br />Quando criança, se alguém me perguntasse qual seria o futuro do jornal eu saberia responder: o açougue. É que na época eu achava que jornal eram aquelas folhas enormes que entravam em nossa casa de duas maneiras: para meu pai ler ou embrulhando a carne.<br />
<a name='more'></a><br />
Hoje sei que jornal não é a plataforma que ora transporta as letras, ora a carne. Ainda que o jornal de papel desapareça, o papel do jornal não vai desaparecer, pois o jornal é o blog da História. É nele que Dona História registra diariamente aquilo que depois será estudado na academia. Ou não.<br />
<br />
Há alguns anos um grande jornal pediu uma proposta para uma palestra. Quando a palavra e-reader começava a pipocar, permitindo a leitura confortável de todo o conteúdo da Web, os diretores do jornal queriam conhecer minha opinião sobre o impacto das novas tecnologias em seu negócio. Enviei a eles uma proposta contendo os tópicos abaixo em formato de seções de jornal, que podem servir de axiomas para o futuro da mídia impressa. Fique você ciente de que escrevi mais nas entrelinhas do que nas linhas.<br />
<br />
<b>NEGÓCIOS </b>— O negócio do jornal não é imprimir papel, mas causar impressões com sua investigação, análise e interpretação dos fatos.<br />
<br />
<b>POLÍTICA </b>— A velocidade dos fatos é maior do que a que o jornal consegue alcançar. Presidentes já não convocam a imprensa para coletivas; eles convocam as redes sociais. Você fica sabendo antes da imprensa acessando Twitter, Whatsapp, Instagram, Youtube, Facebook porque é ali que o político agora conta o que vai fazer.<br />
<br />
<b>VEÍCULOS</b> — O fabricante do Cadillac não conseguia entender a razão da queda nas vendas, até perceber que os donos de Cadillac estavam morrendo.<br />
<br />
<b>HORÓSCOPO</b> — As expressões “the future of the radio”, “the future of the television” e “the future of the newspaper” apareciam, respectivamente, 30 mil, 90 mil e 990 mil vezes quando fiz uma busca no Google (na edição deste livro os números subiram para 11,3 milhões, 6,9 milhões e 12,2 milhões). Quando tem muita gente olhando para o telhado é porque sua gata deve ter subido lá.<br />
<br />
<b>POLÍCIA</b> — É difícil competir com a lesão ao vivo e em cores dos meios multimídia. Finalmente o jornal conseguiu se livrar do estigma da máxima que diz que <i>“se não sangrar, não tem audiência”</i>. Pior para ele.<br />
<br />
<b>TEEN </b>— A geração atual aprendeu a ler no videogame, mas quando a pesquisa pergunta ao jovem se ele lê jornal de papel ele diz que sim com pinta de intelectual. Pesquisados são mentirosos e pesquisas são ingênuas.<br />
<br />
<b>ECONOMIA</b> — A verba de propaganda foi tão pulverizada que agora a briga por ela é entre o conglomerado com 10 mil funcionários e o blog do Zezinho, aquele seu sobrinho.<br />
<br />
<b>ESPORTES</b> — O consumo de banda e computação móvel cresce. É covardia deixar seus caracteres de tinta correr na mesma raia dos pixels multimídia.<br />
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<b>CLASSIFICADOS</b> — Os classificados foram desclassificados e reclassificados por serviços como Google, Craiglist, Buscapé, MercadoLivre etc. O balcão de anúncios também pode ser encontrado à venda lá.<br />
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<b>TURISMO</b> — Insistir que a informação continue limitada ao papel é obrigar os aviões a viajarem em trilhos. Questão de bom senso na logística de distribuição.<br />
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<b>CULTURA</b> — Na era do Creative Commons e da remixagem digital, a tecnologia desbanca a autoria individual, quando genérica e sem sal, e cria colchas de retalhos de informação em cores mais vibrantes.<br />
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<b>OBITUÁRIO</b> — Vale para o jornal impresso o que vale para o rei: “O jornal morreu. Viva o jornal!”.<br />
Você deve estar curioso para saber se aquele jornal gostou da proposta. Provavelmente não, porque não me contratou. Às vezes você precisa dizer aquilo que seu cliente quer ouvir, às vezes não. Existe uma tendência perigosa no ser humano de buscar por opiniões que não deem trombada em sua opinião formada.<br />
<br />
Quando pediram a proposta, aquele jornal já havia gasto milhões com a renovação de seus equipamentos seguindo a diretriz da consultoria que contratou, a qual concluiu que os jovens só não estavam lendo mais jornais porque não eram coloridos. Perguntado sobre a razão do desinteresse da nova geração em comprar jornais, um especialista que presta serviços para grandes conglomerados respondeu: <i>“Deve ser porque os jovens estão lendo o jornal comprado pelos pais”</i>. Ingenuidade ou conveniência? Não, eu não saberia informar se foi esse especialista, ou o outro, da consultoria, que o jornal contratou para fazer a palestra.<br />
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<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif" style="font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif" style="font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif" style="font-size: xx-small;">© Mario Persona - Quer publicar Mario Persona CAFE em seu blog? Não se esqueça de colocar um link apontando para www.mariopersona.com.br .</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3060047.post-12560885696717053442018-11-17T12:03:00.001-02:002018-11-17T12:03:31.524-02:00Memoria como areia nos dentesAlgumas formas de memória são tão poderosas que nos acompanham por toda a vida. A memória musical, por exemplo, que os pesquisadores descobriram ser mais forte até que os casos mais graves do <i>Mal de Alzheimer</i>. Pessoas que já não respondem a estímulos de qualquer natureza, saem de sua letargia quando escutam a música que marcou sua infância ou juventude.<br />
<a name='more'></a><br />
Memória olfativa também é poderosíssima. Às vezes caminhando pelo centro da cidade sou levado de repente para minha adolescência nos Estados Unidos, onde vivi algum tempo como estudante de intercâmbio. Ali sentia com frequência um aroma que não era comum no Brasil, uma receita de ketchup e mostarda usada em algumas lanchonetes nos hambúrgueres.<br />
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Só para você se situar, em minha adolescência o Brasil estava na era pré-McDonald's e os sanduíches aqui eram o bauru (pão francês, bife, queijo e tomate), o americano (pão francês, queijo, presunto, ovo e tomate) e o misto quente (pão de forma com queijo e presunto). As receitas podiam variar dependendo do lugar. Havia também o cachorro quente, que não vinha com batata palha ou outros ingredientes, além do pão com mortadela. Minha mãe fazia às vezes hambúrguer em casa, mas não me lembro de encontrar isso em lanchonetes.<br />
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Outra memória poderosa é a gustativa, que escreve em nosso paladar momentos únicos do passado que nunca desaparecem. O gosto do refrigerante <i>Dr. Pepper</i>, por exemplo, é um que me leva de volta à adolescência em terras americanas, e cada vez que piso nos Estados Unidos preciso tomar um <i>Dr. Pepper </i>para me sentir com a missão comprida.<br />
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Mas um sabor que me faz viajar ainda mais distante no passado eu acabei de sentir agora mesmo, quando enfiei na boca um punhado de biscoitos de polvilho do tipo doce (o salgado é o mais comum). Meus pais compravam o biscoito doce na praia de Santos, quando íamos de férias e ficávamos hospedados na Pensão Paulista.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPRVHWj1ngCPmHRIU1v_YF3WtjGSfEcPFWwz1XMvvAmJ09DK9S1K26vYJHmprSTL26JyDtLqCarezsPSw4LlYVsGJsQFxi-HZkv6kx1n0c9imrB7jl3zq-JnPvX1yyP5yztSPu/s1600/h0350a1943v.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="260" data-original-width="550" height="188" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPRVHWj1ngCPmHRIU1v_YF3WtjGSfEcPFWwz1XMvvAmJ09DK9S1K26vYJHmprSTL26JyDtLqCarezsPSw4LlYVsGJsQFxi-HZkv6kx1n0c9imrB7jl3zq-JnPvX1yyP5yztSPu/s400/h0350a1943v.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: "verdana"; font-size: small;"><span style="color: #000066;">Imagem retirada do site Novo Milênio e publicada na revista santista <i>Flama</i> de dezembro de 1943</span></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: "verdana"; font-size: small;"><span style="color: #000066;">(imagem do acervo do historiador Waldir Rueda)</span></span></td></tr>
</tbody></table>
Na areia eu costumava estar equipado já com um baldinho de lata (comprado na própria pensão) que era vendido cheio de balas e vinha também com uma pazinha de madeira. Às vezes ganhava também um barquinho de madeira que vinha igualmente cheio de balas condicionadas em papel celofane. Sou do tempo em que brinquedos de plástico ainda não existiam. Então quando aparecia o vendedor de biscoito eu queria o doce, e a assinatura permaneceu em meu cérebro desde então.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6Xm_457iTt1-Db4Q0FNsG45JAey2X2vsL15FWTnwyp7koBRazeKu-j53kQkTuCX-vziSQbTl-TRoTZZDqq9etOKA2KcJnzzzjaRNoAqxrZ6HOTp-FfOr4IG4vVSf6VD8OOF6p/s1600/603880_10151618803667120_50298391_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="430" data-original-width="400" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6Xm_457iTt1-Db4Q0FNsG45JAey2X2vsL15FWTnwyp7koBRazeKu-j53kQkTuCX-vziSQbTl-TRoTZZDqq9etOKA2KcJnzzzjaRNoAqxrZ6HOTp-FfOr4IG4vVSf6VD8OOF6p/s400/603880_10151618803667120_50298391_n.jpg" width="371" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Meu pai, minha irmã e eu na praia de José Menino, Santos.</td></tr>
</tbody></table>
Mastigar um biscoito me leva a sentir, não só o gosto da infância, mas também garanto a você que sou capaz de ouvir o barulho das ondas, a brisa do mar e o cheiro de maresia. Está tudo no pacote da experiência gustativa. Só falta uma coisa, e você pode não acreditar, mas até hoje mastigo com cuidado esperando ouvir o <i>"Créc"</i> de algum grão de areia nos dentes. Agora não acontece, mas sempre acontecia, principalmente com um menino comendo biscoito de polvilho com as mãos cheias da areia de um castelo que eu acreditava que duraria para sempre.<br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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No passado, a publicação de um livro dava o maior rolo. Para ler era preciso desenrolar a pele de cabra, toda tatuada de caracteres. Livros que não tinham índice, pois não passavam da página um. Cuja produção era caríssima. Um trabalho duro para autores e escribas. Os editores só enrolavam. <br />
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Alguns capítulos depois, os chineses e japoneses do sexto século inventaram a imprensa. Mas não a assessoria de imprensa. Se a tivessem inventado, teriam evitado que a fama pela descoberta ficasse com Gutenberg, quando imprimiu 180 exemplares da Bíblia nove séculos mais tarde. <br />
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Antes dele, uma Bíblia levava dez meses para ser copiada à mão, a quatrocentos mil dólares o exemplar. Um dinheiro difícil, antes de inventarem a América. A tecnologia reduziu o custo e popularizou o acesso à informação, e ajudou a abalar a estrutura de poder. Victor Hugo, em "Notre Dame de Paris", história contemporânea à invenção da imprensa, descreve o sacerdote Claude Frollo apontando para um livro e, em seguida, para as torres da catedral. E sentenciando: "Isto matará aquilo." <br />
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Roma foi a primeira a tentar preservar a ignorância a qualquer custo. Ao menos fora dos contrafortes de seus mosteiros. Muito antes de pensar em lutar pelos sem-terra, engajou-se na luta pelos sem-livro e sem-Bíblia. Para que permanecessem assim. <br />
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O livro era um perigo. Transportava idéias como estopim aceso. Um problema para quem detinha o poder. Políticos inflamavam multidões. Músicos popularizavam suas canções. Cientistas multiplicavam descobertas. Comunistas inventavam o livro descartável. A cada celebridade que caía em desgraça no partido, os livros escolares eram reimpressos com nomes a menos para se decorar. <br />
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Com o computador e a Internet, a própria leitura mudou. Uma nova geração de leitores aprendeu a ler na tela, a uma velocidade maior à dos mais versados mestres educados no papel. O hipertexto inaugurou a leitura não-linear, paralela, reversa e imprevisível. O ler ficou mais parecido com o pensar. Os olhos passaram a fazer a sinapse prévia da informação usando neurônios alheios. Uma geração insensível a qualquer tato romântico para com o papel, já começou a substituir os moribundos amantes de alfarrábios como eu. Sem sequer saber o que isto significa. <br />
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Mas a revolução não está na troca do papel pelo plástico. Ou da tinta por partículas polarizadas. A revolução está nas entrelinhas. No passado o livro não era um produto, mas um meio de se divulgar idéias. Governos e instituições subsidiavam seu custo para cumprir seus objetivos. A Bíblia inglesa "King James" leva até hoje o nome do rei que a patrocinou. E ainda é assim. Governos e instituições subsidiam o papel, as gráficas, os autores e editoras. Quem quer ver a informação circular paga mais. Quem quer ler paga menos. Ou não paga nada. <br />
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Este modelo permanecerá, não importa qual seja a plataforma que transporte as letras. E ganhará novos mecenas em causa própria, graças ao custo zero de reprodução que a Internet permitiu. Uma multidão de novos talentos, gerados pela leitura não-linear e alimentados pelo hipertexto. Revolucionários, para os quais o que vale é publicar e influenciar. Milhões de Mao Tse-tung, cada um acreditando que o seu livrinho é o vermelho.<br />
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Mas o epílogo pode vir para o livro convencional, sem direito a errata. Um produto cada vez menos comprado, e cada vez mais copiado. Por uma geração acostumada a sorver informação grátis na rede. Como já acontece com a música, e acontecerá com o cinema, o cenário não é dos melhores para a indústria do livro. Que já desistiu de vender enciclopédia na porta de quem consegue mais informação clicando nas janelas. <br />
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Tudo deve mudar muito rápido e não consigo enxergar muitas páginas de perspectiva para o negócio do livro como o conhecemos hoje. Não existe um manuscrito certo do modelo de mercado que deve prevalecer. Dos que já vi — vendas "à la Stephen King", criptografia dos textos, travas e cadeados mil — nenhum me convenceu. Por isso, não me pergunte como o livro irá terminar. Não vou contar. Detesto pessoas que contam o fim do livro.<br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Mario Persona é palestrante de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional. Seus serviços, livros, textos e entrevistas podem ser encontrados em </span><a href="http://www.mariopersona.com.br/"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">www.mariopersona.com.br</span></a><br />
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<a name='more'></a><br />
E quem vai dizer que não? Monteiro Lobato quis defender o petróleo e pegou seis meses de cana. Mal sabia ele que um dia o país deixaria de lado “O Petróleo é Nosso” e adotaria o lema “Cana Para Todos”. A Polícia Federal já adotou e veja no que deu. Os canadólares apareceram mais rápido que os petrodólares.<br />
<br />
Tirando os morros do Rio, onde a cana é difícil de pegar, a monocultura vai tomar de assalto nosso território. O Brasil vai ficar um verde só, do Oiapoque ao Chuí. Os ambientalistas que nos vigiam pelo Google Maps vão pensar que reflorestamos a nação. Mal sabem eles que o país do carnaval virou um canavial.<br />
<br />
No interior de São Paulo, onde moro, “canaviar” é substantivo caipirês, mas aposto que vai virar verbo. Aqui está tudo canaviado. Se canaviar afeta a biodiversidade? Que biodiversidade? Aqui mel tem gosto de melado, teta de vaca dá garapa e passarinho voa em ziguezague depois que bebe água que passarinho não bebia.<br />
<br />
No resto do país tem gente preocupada porque o João vai canaviar a lavoura do feijão. Geralmente quem se preocupa não está na pele do João. Se estivesse, também iria para onde aponta o lucro imediato, pois é assim que funciona a economia. Nosso comportamento é ditado pela demanda.<br />
<br />
Existe demanda por drogas, caça-níqueis e produtos piratas? Então a cana vai correr solta, enquanto cresce a indústria de seguros, blindagem e vigilância. Há demanda por combustível verde? Então a cana vai crescer solta, enquanto crescem as pesquisas, equipamentos e serviços de minimização do impacto ambiental.<br />
Somos assim, vivemos correndo atrás do prejuízo porque buscamos satisfação imediata. O ser humano tem olhos na frente do crânio, como o felino predador e a ave de rapina. É essa sua natureza e vocação, daí viver remendando sua saga destrutiva.<br />
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Quem ainda acredita na evolução humana experimente ficar quinze minutos na Linha Vermelha no Rio meditando pela paz mundial. Em 1980 o Papa desfilou aqui em um papamóvel com carroceria anti-chuva. Em 2007, vinte e sete anos mais tarde, o papamóvel de 10 milhões de reais resistia a granadas e tiros de metralhadora e fuzil. O que evolui não é o homem, mas a tecnologia que nos mata e também garante nossa sobrevivência.<br />
<br />
Sim, é inevitável que a cana substitua o arroz, o feijão e o bife, enquanto o álcool sobe no ranking das exportações, hoje encimado pelo minério, soja e brasileiros mandando dólares do exterior. O minério não é renovável e a soja dá também nos Estados Unidos. O jeito vai ser exportar álcool e brasileiros, não no mesmo voo.<br />
<br />
Não seremos os únicos em busca de alternativa. O Dubai sabe que seu petróleo tem data para terminar e corre para o turismo, enquanto o Bahrain corre para as corridas e outros esportes. Nós, quando a coisa aperta, corremos para a cana. É nossa vocação desde os tempos de Macunaíma.<br />
Mas o que será da vaca quando os pastos forem canaviados? Se depender dos relatórios da ONU, a vaca vai para o brejo. Vacas eructantes e flatulentas são grandes vilãs do aquecimento global. Juntando o arroto quadruplicado de seus quatro estômagos e o escapamento que trazem sob o rabo, as mimosas produzem mais poluentes que todas as emissões de carros e fábricas do mundo.<br />
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Complicou para os ativistas de botequim, que preferiam protestar contra a cana sem abrir mão do espetinho de carne e do provolone com cerveja. A cerveja fica, mas já tem gente correndo atrás da avestruz para substituir a vaca, o que não é tarefa fácil. Além disso, avestruz não dá leite.<br />
A cana não corre e é mais flexível. Já inventaram até cana geneticamente modificada para canaviar pântanos e desertos. Não demora e a cana vai parar na mamadeira. Se os argentinos conseguiram criar vacas transgênicas que produzem insulina humana, e o nordeste já faz carne do bagaço do caju, o que nos impede de inventar um alambique leiteiro?<br />
<br />
Tenho certeza de que os pesquisadores brasileiros encontrarão mais de 51 maneiras de utilizar a cana, e os bebês do futuro já nascerão “flex”. Para quem a cana é uma ameaça, o jeito é encarar e mudar, e não tentar evitar o inevitável. Até Monteiro Lobato, petrolista convicto, acabou desenvolvendo uma paixão secreta pela cana. Sua biografia revela que o escritor não saía de casa sem um belo pedaço de rapadura escondido no bolso do paletó. <br />
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