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Se todo mundo pensa assim... tou fora!

Verdade ou lenda, não sei. George Soros ou Warren Buffett? Não me lembro. Mas a história que li era de um investidor. Ou não? Bem, não importa, o que vale é a mensagem, ainda que o fato seja tão real quanto um sonho meu.

No elevador um desses investidores ouviu o ascensorista comentar: "O negócio agora é comprar ações de empresas ponto-com".

O investidor saiu do elevador e imediatamente vendeu suas ações ponto-com. "Quando até o ascensorista sabe que ações comprar, é hora de vender" -- teria dito ele. Logo depois a bolha das empresas ponto-com estourou.

Segundo Warren Buffett, "uma pesquisa de opinião pública não substitui o pensamento". Segundo eu mesmo, "se você for a Maria-Vai-Com-As-Outras vai acabar se casando com o João-Ninguém". Fuja da moda, do consenso, do lugar comum. Ele é comum demais para valer a pena estar lá.

Se quiser que sua empresa continue fazendo o que sempre fez e deu certo até aqui, trate bem quem sabe trabalhar em equipe e mantém o bonde nos trilhos. Se quiser que um dia ela deixe de ser bonde e vire trem-bala, trate melhor aquele visionário que não se encaixa no grupo.

É claro que sou suspeito em afirmar isso porque eu mesmo nunca fui muito de equipe. O único esporte que pratiquei foi natação, minha paixão desde a infância foi desenhar, meu hobby de adolescente era o aeromodelismo e o que mais faço hoje é escrever. Nada disso funciona em equipe. Então a equipe não é importante?

Claro que é. Veja a orquestra, é um trabalho de equipe. Agora tente colocar uma equipe de maestros para dirigi-la para ver se funciona. Ou peça que a orquestra toque uma composição criada em consenso pelos melhores músicos do mundo. Não existe tal partitura.

A singularidade da criatividade humana não é medida pelo IBOPE. Opinião pública é opinião média, quando não é burra. Quanto mais gente envolvida numa criação, maior o nivelamento pela média ou, o que é pior, pelo consenso que geralmente nivela por baixo.

Algumas eleições são assim e se você às vezes fica decepcionado com a democracia é porque ainda não entendeu que decisão majoritária não é sinônimo de decisão inteligente. O "chapéu pensador" do Prof. Pardal é individual.

Alguém comentou que Chuck Noland, o personagem vivido por Tom Hanks no filme "O Náufrago", consegue sair da ilha sozinho, usando apenas um pedacinho de plástico que sobrou do avião para a vela de sua jangada. Já um montão de gente da série "Lost" continua encalhada na ilha, apesar de terem metade de um avião na praia, computadores em cavernas e sabe lá mais o quê.

A série de 117 episódios vai se arrastar até maio de 2010 e eu não ficaria surpreso se, no final, apenas um conseguisse escapar. Alguém poderá argumentar que o Tom "Chuck Noland" Hanks não estava sozinho: ele tinha seu fiel amigo Wilson, a bola. Pois é, e o Wilson nunca deu um palpite.

O problema de seguir a maioria é que a maioria se contenta com pouco. A maioria sempre tem sua visão estreitada pelas necessidades prementes -- noves fora, sempre voltamos às necessidades básicas do comer, vestir e se divertir.

A visão 'holística' (use esta palavra para impressionar seus amigos), ou a 'big picture' (use esta também) é perdida quando estamos no meio da multidão. Por mais que você tente ficar na ponta dos pés, se estiver na multidão não verá o que existe lá na frente. É só quem está na periferia, fora da multidão, que enxerga longe.

Quando você abre mão de sua capacidade singular de intuir, pensar e decidir, acaba se sujeitando à maioria ("Se é para o bem de todos..."), ao consenso ("Satisfazendo gregos e troianos...") ou à sorte ("Vamos tirar no palitinho...").

Durante uma execução, decidida por uma maioria, quatro soldados repartiram as roupas do condenado em quatro partes iguais, por consenso. O que não deu para repartir foi decidido por sorteio. Saíram dali satisfeitos com alguns trapos, mas sem Jesus.


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A Estratégia do Oceano Azul
W. CHAN KIM & RENEE MAUBORGNE


O livro apresenta uma nova maneira de pensar sobre estratégia, resultando em uma criação de novos espaços (o oceano azul) e uma separação da concorrência (o oceano vermelho). Os autores estudaram 150 ganhadores e perdedores em 30 indústrias diferentes e viram que explicações tradicionais não explicavam o método dos ganhadores. O que eles acharam é que empresas que criam novos nichos, fazendo da concorrência um fator irrelevante, encontram um outro caminho para o crescimento. O livro ensina como colocar em prática essa estratégia. O livro também defende a idéia de se abandonar os "oceanos vermelhos" da "sabedoria" popular e se aventurar nos oceanos azuis da inovação. Competir fora do espaço estreito delimitado pelo mercado, parar de se concentrar na concorrência, evitar explorar tão somente a demanda atual é deixar de ficar brigando pelo osso que todos querem roer.





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E a gorjeta, doutor?

2 comentários:

  1. Anônimo26/11/09

    Belo texto!

    Irineu Tolentino
    emtese@gmail.com

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  2. Anônimo16/3/10

    Muito bom o texto. As grandes empresas hoje se preocupam em específico trabalho em equipe,não que eu ache que não deva ter ''uma certa harmonia organizacional''. Mas sempre tem um que faz a diferença,ou que tem uma visão mais elevada da ''coisa'',e entendem como sendo o ''peixe fora d´àgua''. Sentia - me sozinha ao pensar que devemos as vezes, ou na maioria delas pensarmos por conta propria mesmo que contrarie muita gente, especialmente em uma empresa.

    Magna,
    estudante de Administração

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