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Papagaios tambem falam

Papagaios falam. Aprendem a repetir palavras, frases e até a cantar e contar piadas. Há quem acredite que eles saibam ler, só porque tiram bilhetinhos da gaveta do realejo. Mas duvido que você peça conselhos ao bichinho.


O papagaio pode fazer tudo, menos se comunicar, a não ser com outro papagaio. Digo comunicar no sentido de saber o que você está dizendo e ele repetindo. É fácil provar isso. Acaso seu papagaio riu da primeira vez que você contou a piada que ele decorou?

Para alguns, comunicar-se é saber falar e escrever, mas isso não basta. Visite meia dúzia de sites corporativos e clique na declaração de "Missão, Visão e Valores" da empresa, e depois peça para algum colaborador explicar aquilo. Quer se divertir? Peça ao presidente ou ao diretor.

Em algumas empresas é gasto mais tempo para escolher a moldura do que a declaração, e às vezes a direção nem participa do processo. Pedem para o Júnior encontrar alguma frase bonita no Google.

Toda empresa precisa ter uma história para contar. Esqueça o ano de fundação e a foto do bisavô de bigodão. Sua história é aquilo que cria um elo de comunicação e relacionamento envolvendo colaboradores, clientes, fornecedores, acionistas e comunidade.

Você gosta de histórias sem emoção? Se não evocar emoções não é história, é relatório. Sem histórias não há comunicação, e sem comunicação não existe história. Nossa civilização foi costurada com histórias contadas ao redor da fogueira.

Pode observar: os melhores comunicadores em uma empresa são os que contam as melhores histórias de si mesmos, dos produtos e da empresa, e cativam. Ouvi dizer que o projeto original de Brasília não tinha calçadas, só grama. As calçadas seriam feitas sobre as trilhas que as pessoas deixassem.

É assim que funciona, descubra aqueles que deixam trilhas positivas e compartilhe isso com todos. Comunicação não é o que a empresa diz aos funcionários e ao mercado, mas o que ela ouve dessas fontes também. Essa é a comunicação que vai funcionar, que vai criar um discurso homogêneo, e não algumas palavras bonitas tiradas daquela página grudada do Aurélio.

Até bandidos sabem disso. Eles combinam rapidamente que história vão contar, antes da polícia chegar. Por isso a polícia costuma separar a quadrilha e pedir detalhes para cada um, e é aí que a porca torce o rabo. É bom começar a estimular a conversação em sua equipe, ou a polícia do mercado vai descobrir contradições. Isso é comunicação interna ou externa? Vamos ver.

Imagine o cenário: sua função é fazer um furo numa chapa e passar para o colega com instruções do parafuso que vai ali. Isso é comunicação. Siga essa chapa e ela vai chegar como torradeira nas mãos da dona Maria. Em que ponto do processo você colocaria o divisor de águas? Onde a comunicação deixou de ser interna para ser externa?

Ah! No ponto em que a torradeira saiu da empresa! Tá, até parece. Aí a dona Maria vê no Orkut que tem um tal de Júnior que trabalha na masmorra daquela fábrica, na seção sem comunicação com o público, e manda um recado perguntando da torradeira. Ele, que se acha um pão, não vai deixar de responder, e acaba queimando a marca.

É melhor ensinar sua turma a traduzir seu negócio, sua marca e seu produto, e criar um ambiente de comunicação corporativa, que é a soma de todos os significados que transitam dentro e fora da empresa. Porque a tecnologia está transformando cada Júnior de sua equipe em um relações públicas.

Muitos médicos costumam ter dificuldades para se comunicar com seus clientes por não saberem traduzir. Antes a gente culpava a letra, mas agora que a receita sai da impressora, a gente viu que é grego mesmo. Alguns pensam que seu paciente fala o mesmo idioma. Não fala.

Um deles contou do problema de se comunicar com um paciente. Depois de escrever uma receita de uma pomada para a micose que o velhinho tinha no braço, deu a ele o papel com a instrução:

- Passe isso no braço duas vezes ao dia e volte daqui a um mês.

Uma semana depois o paciente estava de volta e, mostrando a receita toda suja e gasta, pediu:

- Doutor, faz outra aí que esta não durou nem uma semana.

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O Poder das Narrativas nas Organizações
STEPHEN DENNING
 

Em seu best-seller Squirrel Inc., Stephen Denning, ex-executivo do Banco Mundial e mestre da narrativa, usou uma parábola para demonstrar por que a arte de contar histórias é uma habilidade crucial para os líderes. Agora, neste guia prático, o autor explica como aprender a contar a história certa no momento certo.

Qualquer que seja sua posição na empresa – CEO, gerente de nível intermediário ou da linha de frente –, você poderá exercer liderança ao lançar mão de histórias para provocar mudanças.


Contendo uma enorme variedade de exemplos, este livro mostra como essa habilidade é uma das poucas maneiras de lidar com os principais – e mais difíceis – desafios da liderança: desencadear a ação, levar as pessoas a trabalharem em conjunto e liderar em direção ao futuro. O tipo certo de história no momento certo pode tornar uma organização “incrivelmente vulnerável” a uma idéia nova.

“Esta é a obra-prima de Denning sobre a arte de contar histórias – um trabalho notável. O livro que todo e qualquer gerente deveria ler antes de uma apresentação de PowerPoint. É criativo, eclético, passional e útil – uma rara combinação vencedora quando se trata de um livro de negócios.”

Larry Prusak, co-autor de Vencendo com as melhores idéias e de Conhecimento empresarial

“Denning nos fornece um útil guia prático da arte narrativa. Ele nos dá detalhes de como contar a história certa no momento certo. Leia este proveitoso livro e, em seguida, conte para os amigos!”
Tom Kelley, autor de A arte da inovação


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E a gorjeta, doutor?

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