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A nova Revolução Cultural

Quando acordei hoje achando que tinha tido uma ideia original e inédita, ao comparar à "Revolução Cultural Chinesa" os movimentos pró-politicamente correto, anti-racistas, anti-homofóbicos e anti-outras coisas, logo descobri que outros já tinham pensado nisso em artigos e livros. Ou, como um amigo costuma dizer, "Os antigos me copiaram".

O banimento do filme "E o vento levou" do catálogo da HBO, a destruição de estátuas e monumentos do período escravagista da história, e no Brasil a campanha contra os livros de Monteiro Lobato, fazem parte de um mesmo e único esforço de revolução cultural. Porém destruir uma estátua ou um filme é tão eficaz quanto a história do marido que flagrou a mulher com outro no sofá e logo tomou providências: Vendeu o sofá.

Se você já leu sobre a "Revolução Cultural Chinesa" saberá que na época o governo de Mao Tse Tung criou a "Guarda Vermelha", um exército de adolescentes e estudantes armados de palavras de ordem, que tinham poder para invadir casas, espancar moradores e destruir tudo que tivesse alguma aparência de imperialismo e capitalismo ocidental. O critério do que devia ser destruído ou não? Ora, a larga experiência e conhecimento de garotos e garotas de quinze anos lobotomizados pela doutrinação maoista.

Valia tudo, queimar pianos de cauda com partituras dos grandes clássicos do ocidente, rasgar pinturas de grandes mestres, queimar montanhas de livros, quebrar objetos de toda e qualquer religião e eventualmente espancar até à morte intelectuais formados pelo "imperialismo ocidental", muitas vezes os próprios professores daquelas crianças. Ah, e tem também os casos de pastores que foram enterrados vivos para banir qualquer desejo de ser cristão.

Mas não foi só a memória do que a rapaziada considerava imperialismo que foi destruída. A Revolução Cultural Chinesa e sua Guarda Vermelha imberbe também incluíam a eliminação dos "Quatro Velhos": Velhas Ideias, Velha Cultura, Velhos Costumes e Velhos Hábitos. Ao darem àqueles pivetes vermelhos carta branca, eles passaram a destruir tudo que tivesse sido criado antes de 1949, e por isso muita arte chinesa, que havia resistido por milênios a guerras, incêndios e terremotos, virou pó. Até mesmo os livros de genealogia, que as famílias mantinham como tradição, desapareceram, junto com grande parte da história daquele povo.

Aquela criançada nem tinha Twitter ou Instagram, mas mesmo assim conseguiam influenciar toda uma sociedade, até os próprios líderes comunistas perceberem o rastro de injustiça, sangue e destruição que causavam, e arranjarem alguém em quem colocar a culpa: Jiang Qing, a quarta esposa de Mao e poderosa propagandista da Revolução Cultural. Após a morte de Mao ela foi presa, até se suicidar em 1991 aos 77 anos.

Não sou profeta e nem vidente, mas quando olho para todo esse barulho dos movimentos multicores do pró-politicamente correto, anti-racistas, anti-homofóbicos, anti-machistas, anti-paternalistas, anti-autoridades e anti-outras coisas visualizo uma cena de filme de bang-bang antigo, quando os pele-vermelhas amarravam numa estaca um cara-pálida e ficavam dançando em volta fazendo "Uh! Uh! Uh!" ao som dos tambores dos rappers da tribo.

Sabe quem é o moderno cara-pálida da moderna Revolução Cultural, que está sendo amarrado na estaca? A Bíblia, um livro que, segundo a opinião da nova Guarda Vermelha, está cheio de escravos, leis homofóbicas e cultura machista baseada no patriarcado e em um Deus ao qual o texto se refere como "Ele", nunca como "Ela" ou usando um gênero neutro tipo "Elx", "El@" ou seja lá o que os linguistas irão acordar como sendo permitido pelos novos conceitos de "liberdade" de pensamento e expressão..

Então quando você ouve falar de docerias processadas e falidas por se recusarem a fazer o bolo de casamento que os noivxs pediram, restaurantes boicotados por serem pró-vida, vagas de emprego recusadas a quem professa ser cristão e tantas ações que tomam corpo na sociedade moderna e até na cristandade - como a decisão da Igreja Luterana da Suécia de não mais chamar a Deus de "Ele" - pode ir enfiando a viola no saco porque o baile que vem por aí não é para cristão.

"Estamos vendo o nascimento de uma Revolução Cultural sem derramamento de sangue e de alta tecnologia, uma que se apóia na intimidação, no vexame público e na ruína econômica para ditar que palavras e ideias são permitidas na sociedade". - National Review

"O que vemos acontecendo em nossos campi são estudantes universitários gritando em alto-falantes; ativistas do Black Lives Matter pedindo que policiais sejam mortos; censores que estabelecem a lei sobre que entretenimento pode ser fornecido ou que tipo de arte pode ser feita ou vista pelos estudantes." - Law and Liberty

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